Trânsito intenso vem afetando mais a saúde integral do brasileiro
Trânsito intenso vem afetando mais a saúde física e mental dos brasileiros, conforme mostra pesquisa e especialistas. Veja mais aqui!
A volta das atividades presenciais colocou o trânsito intenso de volta na rotina dos brasileiros. E, uma pesquisa recente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que quase metade dos motoristas brasileiros (43,5%) dizem que enfrentam congestionamentos todos os dias – o que diversos outros estudam apontam que o fato é algo que vem afetando bastante a saúde física e mental dos brasileiro. Saiba os detalhes!
Saúde física e mental dos brasileiros estão ainda mais afetadas com o trânsito intenso, revelam especialistas
Assim, de acordo com estudo divulgado na Summit Mobilidade perdemos, em média, 32 dias por ano presos no trânsito.
“A mobilidade urbana no Brasil é algo muito frágil, qualquer eventualidade tem o potencial de provocar caos no trânsito. A interrupção súbita da prestação de uma modalidade de transporte já compromete a circulação de milhares de pessoas”, afirma Alysson Coimbra, médico especialista em Medicina do Tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).
O tempo de deslocamento nas grandes cidades chega a 127 minutos por dia e, afirmam especialistas, o prejuízo à qualidade de vida e ao bem-estar é imediato. “O brasileiro perde tempo, saúde e dinheiro parado dentro do carro. Perde tempo de lazer, de convívio com a família e até de produção. Tudo isso aumenta o estresse, que afeta a saúde física e mental”, comenta Coimbra.
Na avaliação do especialista em segurança viária, a baixa qualidade do transporte público e a ausência de alternativas, como ciclovias seguras, incentivam a opção pelo transporte individual, o que é ruim para toda a sociedade.
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Pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Oxford Brookes University
Enquanto isso, uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Oxford Brookes University, da Inglaterra, e as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Catarina (UFSC), mostrou que a precariedade na mobilidade urbana afeta negativamente a qualidade de vida e o bem-estar, piorando a saúde física e mental.
“Depois de 18 meses de pandemia, a ansiedade e estresse do brasileiro atingiram níveis alarmantes. Com a retomada das atividades presenciais, o trânsito se tornou mais uma fonte de estresse, que interfere diretamente na saúde física, aumentando os riscos de desenvolver obesidade e doenças cardiovasculares, por exemplo”, afirma a pesquisa.
Segundo especialistas, investir em mobilidade inclusiva e eficiente reduz o custo com tratamentos e afeta positivamente a saúde da população. “Estimular deslocamentos a pé ou de bicicleta previne obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, além de melhorar a qualidade de vida, reduzir as emissões de poluentes e desafogar o trânsito”, comenta o médico.
Congestionamentos e o impacto na produtividade do trabalhador brasileiro
O trânsito intenso compromete também a força produtiva dos trabalhadores brasileiros, além de causar gastos ainda maiores com o transporte. Prova disso é um estudo feito pela Quanta Consultoria mostrou que os congestionamentos custam R$ 267 bilhões por ano ao país, o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB). É dinheiro suficiente para bancar o Auxílio Brasil por três anos.
“Gastamos tanto com algo que faz tão mal à saúde quando poderíamos investir em programas de distribuição de renda, educação, saúde e segurança viária. Todos perdemos quando o trânsito e a mobilidade não são tratados como políticas públicas prioritárias”, afirma o diretor da Ammetra.
Jornalista por formação com mais de 15 anos de experiência em redação geral e automobilística. Passagens pelo caderno "Máquina e Moto" do Jornal Agora São Paulo, Folha online, Jovem Pan, Uol, Mil Milhas, Revista Consumidor Moderno, Portal No Varejo, entre outros. Atualmente dedica-se a função de editora do portal Garagem360, apurando notícias do universo automotivo e garantindo o padrão de qualidade dos conteúdos veiculados.