Testamos: VW Golf Variant é uma opção familiar, mas que não abre mão da esportividade
Há poucos meses, a linha Golf passou por uma leve reestilização no Brasil. As mudanças discretas também foram incorporadas à VW Golf Variant.
Há poucos meses, a linha Golf passou por uma leve reestilização no Brasil. As mudanças discretas também foram incorporadas à VW Golf Variant, perua derivada do hatch médio e que foi analisada pela equipe do Garagem360. A unidade, da configuração Comfortline, é a de entrada do modelo no Brasil e tem preço em R$ 103 mil.
Se o hatch que dá origem à perua tem três opções de motores no país, a Variant só pode ser encontrada com o 1,4l TSI de 150 cv. Vinda do México, a wagon recebeu, além do redesenho frontal, 10 cv a mais em seu propulsor. Isso independentemente do combustível utilizado, já que é flex.
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Nos testes, abastecida com gasolina, a perua demonstrou um fôlego condizente com a fama do Golf. Os 25,5 kgfm de torque são alcançados em baixa rotação. Com isso, o carro ganha velocidade sem modéstia se o motorista tiver o pé pesado. Não é difícil ver o ponteiro do painel de instrumentos subir e é preciso segurar o ímpeto para manter-se dentro dos limites.
Impressões VW Golf Variant
Os 4,56 m de comprimento da perua e os 2,63 m de entre-eixos proporcionam um bom espaço para os ocupantes. Até quatro adultos viajam com conforto, já que o túnel central é bem elevado e pode incomodar um quinto passageiro. O carro é extremamente confortável.
Mesmo sendo larga e comprida, a Golf Variant passa sem dificuldade em ruas apertadas e não é difícil encontrar uma vaga na hora de estacionar. Nesse ponto, a câmera de ré merece destaque por proporcionar uma boa visão. Os sensores de estacionamento, por sua vez, são bem escandalosos e apitam freneticamente mesmo com os obstáculos distantes.
[info_box title=”Raio-X”]Volkswagen Golf Variant Comfortline TSI
Motorização: 1,4l TSI 16 válvulas turbo 150 cv a 4.500 RPM (etanol/gasolina)
Torque máximo líquido: 25,5 kgfm a 1.500 RPM (etanol/gasolina)
Transmissão: Automática de seis marchas com troca manual na alavanca ou por borboletas
Dimensões: 4,56 m x 2,02 m x 1,46 m (comprimento x largura com os espelhos abertos x altura)
Distância entre eixos: 2,63 m
Tanque de combustível: 50 L
Consumo médio: 9,2 km/l cidade/estrada com gasolina (pelo computador de bordo)
Porta-malas: 605 L
Peso em ordem de marcha: 1.312 kg
Preço: R$ 103.990 (R$ 113.590 como a testada)
Pontos positivos: Motor potente, estabilidade exemplar, 7 airbags e amplo espaço interno para passageiros e bagagens
Pontos negativos: Preço alto, ausência de vidros um toque, túnel central poderia ser mais baixo
[/info_box]Ao volante, não é difícil encontrar a posição ideal de condução. Todos os comandos estão próximos ao motorista e o painel de instrumentos tem boa visibilidade e leitura fácil. O acabamento interno também agrada, tendo boa montagem e utilizando acabamento emborrachado no painel central. Nele, outro destaque é o sistema multimídia. Com 6,5 polegadas, ele tem conexão fácil e funciona bem com aparelhos Android e iOS. Para quem é fã de CD, há uma entrada dentro do porta-luvas, coisa rara nos tempos atuais.
Como anda
Além de ter um motor potente e econômico – fez 9,2 km/l de média, ela também tem uma dirigibilidade exemplar. A Variant vai bem tanto em estradas sinuosas quanto em curvas de alta velocidade. O acerto de suspensão não é muito duro, mas mantém a carroceria firme. Já a direção é macia e leve para manobrar. Porém, não é molenga, sendo precisa e mais firme em velocidades altas.
A transmissão de seis velocidades tem funcionamento suave e casa bem com o motor. As trocas são imperceptíveis e há a possibilidade de troca manual na alavanca e nas borboletas atrás do volante. Ao parar o carro no trânsito, o propulsor é desligado pelo sistema start-stop. Seu funcionamento não é dos mais discretos, mas auxilia na economia de combustível. Quem não é fã dele, pode desativá-lo por meio de um botão ao lado do câmbio.
Vale a compra?
Se a vida do Golf não está fácil no mercado brasileiro, a situação da Golf Variant é ainda mais delicada. Com a popularização dos SUVs, as peruas correm risco de extinção no país. Felizmente a wagon da Volkswagen continua no mercado e pode agradar quem precisa de espaço para transportar a família, mas deseja um pouco mais de esportividade.
Essa perua é, definitivamente, um carro feito para quem gosta de dirigir. Porém, seu preço poderia ser mais atraente. Um exemplar como o testado sai por R$ 113.590, já que as rodas de 17 polegadas e o teto solar panorâmico são opcionais. Esses dois itens não são oferecidos de série nem na versão mais completa, a Highline.
Apesar de ser cara, quem busca uma perua nessa faixa de preço só tem a Variant como opção. E lembrar que há 20 anos a disputa do segmento das peruas médias era entre VW Santana Quantum, Fiat Marea Weekend e Ford Escort SW. Isso sem contar as pequenas VW Parati, Chevrolet Corsa Wagon e Fiat Palio Weekend – esta, ainda em linha, mas sem receber atualizações há anos.