Testamos: Volkswagen T-Cross Comfortline é um SUV com estabilidade de hatch

Há quem torça o nariz para eles, mas não tem jeito. Os SUVs estão na crista da onda e são os carros da moda. Toda montadora quer ter o seu...

Há quem torça o nariz para eles, mas eles são praticamente onipresentes. Os SUVs são os carros da moda. Toda montadora quer ter o seu utilitário esportivo – e, por isso, tantos apareceram no mercado nacional nos últimos anos.

Lançado neste ano, o Volkswagen T-Cross foi o primeiro SUV compacto da marca alemã em território brasileiro. Uma das principais novidades de 2019, ele foi avaliado pela reportagem do Garagem360, e mostrou todas suas qualidades e seus — poucos — defeitos.

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Volkswagen T-Cross Comfortline: impressões

Versão intermediária do modelo, a Comfortline talvez seja a melhor relação custo-benefício da gama. Com preço sugerido de R$ 100 mil, ela traz de série o câmbio automático de seis marchas acoplado ao motor 1,0l 200 TSI de 128 cv. Entre os equipamentos, há seis airbags de série, ar-condicionado digital com saída traseira, controles de tração e estabilidade, lanternas traseiras em LED, central multimídia de 6,5 polegadas, além do porta-luvas refrigerado, como alguns dos principais equipamentos.

O modelo testado, entretanto, oferecia todos os opcionais que constam no site da VW. Isso inclui o interior com detalhes em marrom, sistema multimídia Discover media de oito polegadas, teto solar panorâmico, partida por botão, seletor do modo de condução e os sensores de chuva e de acendimento automático dos faróis, para citar apenas os principais. Com todos esses itens e mais a pintura Azul Norway, o preço sobe para R$ 112.090. Apenas para comparação, o modelo Highline, que usa o motor 1,4l TSI de 150 cv, começa em R$ 109.990.

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Volkswagen T-Cross Comfortline 200 TSI

Motorização: 1.0 TSI 128 cavalos (etanol)/116 cavalos (gasolina) a 5.550 RPM

Torque máximo líquido: 20,4 mkgf a 2.000 rpm

Transmissão: Automática de seis marchas

Consumo médio: 10 km/l (gasolina) cidade/estrada (pelo computador de bordo)

Dimensões: 4,19 m x 1,76 m x 1,56 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,65 m

Tanque de combustível: 52 l

Porta-malas: 373 l

Peso em ordem de marcha: 1.305 kg

Preço: R$ 99.990 (R$ 112.090 – como o testado)

Pontos positivos: espaço interno, desempenho, consumo

Pontos negativos: preços dos pacotes opcionais, porta-malas pequeno, leitura da posição do câmbio automático

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Equipamentos à parte, o T-Cross causou um certo déjà-vu no primeiro contato. Seu interior é semelhante ao utilizado na dupla Polo/Virtus, embora seja mais bem acabado. Por derivarem da mesma plataforma, não era de se estranhar que houvesse também o compartilhamento de alguns detalhes de cabine.

Ao volante, o SUV também se mostrou familiar aos dois modelos irmãos. O condutor pode até se esquecer por alguns instantes que está guiando um utilitário de carroceria alta. A estabilidade do T-Cross em rodovias faz com que ele se assemelhe a um hatchback convencional. Mesmo fazendo curvas a 105 km/h, a carroceria se mantém firme, como se estivesse em um trilho. A suspensão, embora absorva bem os buracos, cumpre bem seu papel em altas velocidades.

Cabine confortável/porta-malas pequeno

Com 2,65 m de distância entre-eixos, sobra espaço para as pernas dos ocupantes do SUV. Em uma viagem do ABC Paulista para Santos (por volta de 100 km), quatro adultos foram com conforto e sem apertos. O teto alto também colabora para a generosidade do com o espaço interno e para o conforto geral da cabine. O T-Cross só não tira um 10 nesse quesito por conta de seu porta-malas pequeno. Os 373 litros levaram as bagagens — que não eram muitas — com aperto.

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Exceto o sufoco com as malas, a viagem a bordo do modelo foi agradável. Seus instrumentos têm leitura fácil e rápido, o motor 1,0 TSI embala bem mesmo na subida da serra. O banco oferece bom apoio ao corpo do motorista. Apenas a alavanca de marchas causou um certo incômodo. Por trazer as informações no topo do seletor, a fonte utilizada é pequena. Um trilho convencional, como o que é utilizado no Polo e no Virtus, tornaria a leitura mais fácil e intuitiva.

Boa compra?

Entrar só agora no segmento de SUVs compactos permitiu à Volkswagen mais tempo para analisar o mercado. O T-Cross é agradável de dirigir, conta com uma boa lista de equipamentos na versão Comfortline e é equipado com um conjunto mecânico moderno e econômico — fez média de 10 km/l com gasolina no tanque. Seu design é atual e, de certa forma, se difere um pouco dos demais modelos da marca.

A concorrência é dura e conta com verdadeiros campeões de vendas, como o Jeep Renegade, o Honda HR-V e o Nissan Kicks. Entretanto, o novato conta com credenciais para buscar seu lugar ao sol – e méritos suficientes para entrar forte na briga entre os utilitários esportivos compactos.

Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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