Testamos: Toyota RAV4 agrada pelo baixo consumo e conforto a bordo
A quinta geração do Toyota RAV4 estreou no Brasil em 2019. Ao contrário do que acontecia até então, o novo modelo chegou exclusivamente com motor híbrido...
A quinta geração do Toyota RAV4 estreou no Brasil em 2019. Ao contrário do que acontecia até então, o novo modelo chegou exclusivamente com motor híbrido, sendo o terceiro eletrificado da marca no País — Prius e Corolla são os outros dois, sem contar os modelos da Lexus. E, embora continue sendo coadjuvante no segmento, principalmente por ser importado, o SUV surpreendeu positivamente a equipe do Garagem360 durante o teste de uma semana.
Toyota RAV4 no uso
O modelo da Toyota foi o segundo híbrido a passar em nossa garagem. Antes dele, coube ao Lexus NX300h, primo sofisticado do RAV4, ser o primeiro avaliado com esta motorização. E o conjunto mecânico de ambos é bem semelhante, mas o Toyota é mais potente. O motor a propulsão é um de 2,5l. Ele trabalha em conjunto com outros três elétricos, o que faz com que a potência combinada do conjunto seja de 222 cv.
A tração é integral nas quatro rodas, já que há motores elétricos em cada um dos eixos. Já a transmissão é do tipo CVT e que simula até sete marchas. Todo o conjunto mecânico consegue levar bem as mais de duas toneladas do SUV. O RAV4 responde bem ao acelerador, acionando o motor a combustão quando entende que o condutor precisa de potência máxima.
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Por isso é necessário ser cauteloso ao acelerar. O segredo para atingir a eficiência máxima é pisar no pedal de maneira leve e progressiva. Assim, dependendo da velocidade, apenas o motor elétrico funciona. Se o terreno foi plano, é possível rodar na cidade por alguns quilômetros sem queimar uma gota de combustível. Os motores elétricos são carregados quando o pedal do freio é acionado ou pelo motor a combustão.
Durante um passeio por São Paulo em um domingo de manhã, o RAV4 anotou 19,5 km/l no computador de bordo, já que rodou boa parte do tempo apenas como o motor elétrico. Durante a semana, andando a maior parte do tempo nas ruas do ABC paulista, o consumo caiu para a casa dos 13,4 km/l, média final de consumo.
E por mais que seja um carro voltado ao baixo consumo, ele não faz feio na hora de acelerar. Mesmo pesado, o utilitário desenvolve rápido a velocidade, principalmente por conta dos motores elétricos. Ao fazer curvas em alta velocidade, o Toyota se mostrou um pouco molenga, com a carroceria inclinando. No modo Sport, no entanto, ela fica mais firme.
A bordo
Conforto não é problema para o SUV. Há espaço para até cinco adultos e bagagem, já que o porta-malas de 580 litros leva as malas de uma família inteira. Com os bancos traseiros rebatidos, o RAV4 se torna um furgão gigante, com capacidade de carga digna de um Fiorino. Mesmo sendo espaçoso, o modelo tem um túnel central elevado e que rouba um pouco de espaço para as pernas de quem vai no meio da segunda fileira.
Ao volante, não é difícil encontrar uma boa posição para dirigir. O banco do motorista abraça bem o corpo e tem ajustes elétricos. A coluna de direção tem regulagem manual de altura e profundidade, e não despenca ao ser destravada.
Os detalhes soft touch são abundantes e marcam presença nos painéis de porta e no console central. Esse cuidado com o acabamento colabora para a cabine ser aconchegante e elegante.
[info_box title=”Raio-X”]Toyota RAV4 SX AWD Hybrid
Motorização: 2,5l a gasolina e mais três propulsores elétricos — 222 cv a 5.700 rpm (potência combinada)
Transmissão: Automática do tipo CVT (simula sete marchas)
Dimensões: 4,60 m x 1,85 m x 1,68 m (comprimento x largura x altura)
Distância entre eixos: 2,69 m
Peso em ordem de marcha: 2.230 kg
Tanque de combustível: 55 L
Consumo: 13,4 km/l cidade com gasolina (pelo computador de bordo)
Porta-malas: 580 L
Preço: R$ 197.940
Pontos positivos: economia, espaço interno, qualidade do acabamento
Pontos negativos: ausência do Android Auto e Apple CarPlay, falta do conta-giros, visibilidade traseira
[/info_box]O Toyota vai bem também em visibilidade. Os espelhos são ótimos, enormes e com ótima visão. Ele só não tira um dez nesse quesito pois o vidro traseiro é um pouco estreito, o que dificulta um pouco a visão. A câmera de ré e os sensores de estacionamento, presentes até mesmo na dianteira, amenizam este problema.
Boa compra?
A versão de entrada parte de R$ 178.940, mas para ter um modelo como o testado, a cifra sobe para R$ 197.940. Barato ele não é, mas é um dos poucos híbridos dentre os SUVs médios. O RAV4 agrada no geral, tendo um desenho moderno, boa lista de equipamentos e amplo espaço interno. Some tudo isso ao fato de ser tão econômico quanto um carro popular. Por isso, dentro da realidade de seu segmento, ele é sim uma boa opção de compra.
Entretanto, há alguns deslizes. O painel de instrumentos digital é bonito e tem boa leitura, mas fica devendo um conta-giros. Por ser personalizável, a equipe do Garagem360 até tentou procurar, em vão, uma opção que tivesse este mostrador. Em seu lugar, o RAV4 conta com um que exibe se o motor está no modo de potência, econômico ou recarregando as baterias. Alguns outros mimos, como o ajuste elétrico para o passageiro, também seria bem-vindo.
A equipe também sentiu falta do espelhamento de smartphones na central multimídia. Mesmo tendo diversas portas USB espalhadas pela cabine, estranhamente não dá para espelhar a tela dos celulares. Ao menos a conexão via Bluetooth funciona bem e, nesta versão mais completa, há carregador de bateria wireless.
*Colaborou: Luchelle Furtado