Testamos: Lexus NX 300h é um gigante que bebe como carro popular
Em 1989, a Lexus foi criada para ser a divisão de luxo da Toyota, principalmente para competir com BMW e Mercedes-Benz. Durante boa parte de sua história, a marca foi conhecida por ter bons produtos, mas com design insosso.
Na última década, entretanto, a empresa encontrou uma identidade própria, principalmente após o lançamento do supercarro LFA. Avaliado pela equipe do Garagem360, o NX 300h exibe o visual futurista dos modelos recentes da marca, atraindo olhares mesmo já tendo cinco anos de estrada.
Lexus NX 300h: convivendo com um híbrido
Por ser cria da Toyota, o SUV da Lexus segue à risca os mandamentos da marca-mãe sobre como ser um modelo híbrido. Sendo assim, não é possível carregar o modelo na tomada, como acontece com alguns veículos do tipo plug-in.
O conjunto mecânico escolhe sozinho quando é a hora de usar o propulsor a combustão, o elétrico, ou os dois em conjunto. Tudo depende da velocidade, necessidade de potência e nível da bateria.
Ao apertar o botão de partida, o NX 300h desperta sem emitir ruído. A impressão é que o veículo está desligado. Caso o motorista demore para locomover o carro, o motor a combustão entra em ação, apenas para evitar que a bateria descarregue.
O banco abraça bem o corpo do motorista, tendo 10 ajustes de posição, todos elétricos, para que o condutor encontre uma boa postura ao dirigir. A direção também conta com regulagens de distância e profundidade. Uma particularidade é que banco e volante se recolhem para que o motorista saia com mais facilidade.
Para facilitar ainda mais os ajustes, é possível memorizar três posições nos botões da porta. Esse recurso ajuda quem precisa compartilhar o carro com outra pessoa, já que basta encontrar a posição ideal apenas uma vez. Depois, é necessário salvar e apertar um botão para que banco, volante e retrovisores voltem à posição selecionada anteriormente.
Silêncio e conforto
Mesmo quando o motor a combustão está em ação, o silêncio predomina na cabine. Sem dúvidas, o NX 300h tem um dos melhores isolamentos acústicos de um carro testado pelo Garagem360. O conforto da rodagem também é um dos destaques, com a suspensão macia e que absorve bem as irregularidades do solo, mas sem deixar a carroceria rolar demais em curvas.
[info_box title=”Raio-X”]Lexus NX 300h Luxury
Motorização: 2,5l a gasolina e mais dois propulsores elétricos — 194 cv a 5.700 rpm (potência combinada)
Torque máximo líquido: 21,4 kgfm a 4.400 RPM (motor a gasolina) / 27,5 kgfm (motores elétricos)
Transmissão: Automática do tipo CVT
Dimensões: 4,64 m x 1,84 m x 1,64 m (comprimento x largura x altura)
Distância entre eixos: 2,66 m
Peso em ordem de marcha: 2.390 kg
Tanque de combustível: 56 L
Consumo: 11,8 km/l cidade com gasolina (pelo computador de bordo)
Porta-malas: 475 L
Preço: R$ 233.990
Pontos positivos: conforto, economia e desempenho
Pontos negativos: espaço traseiro razoável, sistema de som e retrovisor do lado do passageiro
[/info_box]Mesmo sem ser um veículo com foco em desempenho, o SUV vai bem quando é exigido. A potência combinada de 194 cv pode parecer pouca para mover os 2.390 kg do carro, mas a cavalaria dá conta do recado.
Talvez por conta dos motores elétricos, ele responde com agilidade assim que se encosta no acelerador. Quem quiser ainda mais desempenho, pode escolher o modo Sport, que muda até a disposição do quadro de instrumentos, acrescentando um fundo vermelho e um conta-giros, além de deixar o carro mais esperto.
Veredito
Com 30 anos de trajetória, a Lexus está em uma fase bem madura, apostando principalmente nos modelos híbridos no Brasil. Embora seja um carro de luxo, o NX 300h não deixa de ter o DNA da Toyota. Por isso, a sobriedade toma conta da alma do modelo e até do acabamento, assim como a boa construção do modelo.
Entretanto, assim como em qualquer carro, há defeitos. Por ter quase 4,70 m de comprimento, o SUV poderia ser mais espaçoso no banco traseiro. Três ocupantes até vão bem, mas os mais altos (mais de 1,85 m) podem raspar a cabeça no teto baixo. Ao menos é possível regular eletricamente a posição do encosto traseiro.
Outro ponto negativo é o sistema de som, que é simples para um carro de mais de R$ 200 mil. A telona de 10,3 polegadas não oferece espelhamento para smartphones, tendo apenas conexão Bluetooth e USB, além de uma entrada em CD — item que anda ameaçado de extinção, mas que continua sendo útil.
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O item que mais desagrada é o retrovisor do lado do passageiro. Uma parte da peça tem a função de mudar o foco da visão do motorista, o que causa certa estranheza. É o tipo de coisa que o condutor acaba acostumando, mas não deixa de ser desconfortável. Os espelhos também ficam devendo o alerta de ponto cego.
Entretanto, nada disso transforma o SUV em um carro ruim. Pelo contrário, trata-se de uma boa opção dentre o segmento de luxo. Quem está em busca de um carro na faixa dos R$ 240 mil, deve considerar este modelo da Lexus. Principalmente pelo conforto e economia de combustível, já que ele encerrou o teste com a média de 11,8 km/l com gasolina. Uma excelente marca para um veículo desse tamanho.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.