Testamos: Jeep Renegade Trailhawk vale o preço alto?

O Jeep Renegade Trailhawk é o modelo mais caro e com o visual mais parrudo do SUV compacto. Mas será que ele vale a pena? Veja o teste.

O Jeep Renegade Trailhawk é o modelo mais caro e com o visual mais parrudo do SUV compacto. Tanto que conta com uma suspensão um pouco mais elevada que as demais configurações, bem como os ganchos em vermelho nos para-choques. Porém, tudo isso tem um preço. E bem, não é nada baixo. Por isso o Garagem360 passou alguns dias com o modelo. E após mais de 300 km ao volante, chegou a hora de contar tudo sobre o carro.

Versão mais completa do SUV passou por nossos testes |Foto: Leo Alves/Garagem360

Jeep Renegade Trailhawk no dia a dia

Esta não é a primeira vez que o Renegade aparece no site, mas é a estreia do motor diesel nesta seção. Antes apenas o modelo flex, na versão Limited, havia sido testado. E o texto completo desta avaliação anterior pode ser visto aqui.

De volta ao Trailhawk, a principal diferença entre o SUV bicombustível e o diesel é o seu comportamento ao volante. É inegável a maior agilidade proporcionada pelo motor 2.0 turbodiesel desta versão mais completa. Com 170 cv de potência, que são liberados aos 3.750 rpm, e 35,7 kgfm, disponíveis logo aos 1.750 rpm, o SUV é bem mais esperto que o modelo 1.8.

No entanto, isso deve mudar em breve, já que o Renegade vai receber um discreto retoque visual em breve e um novo motor turbo flex. Ainda não se sabe se será o 1.0 GSE que vai estrear no Fiat Pulse, ou se será o 1.3 GSE de Compass e Fiat Toro. O que é fato é que o SUV será turbinado, o que deve mudar o comportamento da versão bicombustível.

Porém, como estamos no presente, o jeito é falar dos modelos que ainda estão disponíveis. E nesse caso, se desempenho é relevante e o Renegade foi o seu carro escolhido, a melhor alternativa é partir para uma versão diesel do SUV. Além da maior potência, leva-se o bom câmbio automático de nove marchas e a tração nas quatro rodas.

O conjunto é bem equilibrado. Motor e câmbio trabalham bem, e a tração 4×4 pode ser acionada de acordo com a necessidade do condutor. Um fato curioso é que o carro sai em segunda marcha. Isso porque a primeira atua como marcha reduzida, para situações off-road. Nos testes, durante o entediante trânsito paulistano, arrisquei colocar a primeira marcha enquanto o carro estava parado. A ideia foi acompanhada de um forte solavanco e do ruído de que o modo 4×4 estava ativado. Como estava na cidade, logo coloquei o câmbio no D novamente para não comprometer o sistema.

Ao volante

Mesmo sendo um carro diesel, o Jeep Renegade Trailhawk é tão confortável ao volante que até faz a gente esquecer que está em um veículo movido com este combustível. O bom isolamento acústico e o trabalho feito no propulsor faz com que ele seja suave. E isso mesmo quando estamos parados. Em momento algum do teste senti as vibrações tradicionais dos motores diesel. Ponto positivo, portanto, para o trabalho feito pela Jeep.

E se a boa dirigibilidade do Renegade flex tinha me agradado no teste de dois anos atrás, no diesel ela também se destacou. O SUV faz curvas melhor do que parece, e tem um bom acerto de suspensão. Ela é confortável para rodar nas cidades, mas segura bem a carroceria em rodovias. A posição de dirigir é boa, e a direção elétrica é leve, mas sem ser imprecisa.

Versão mais completa do SUV passou por nossos testes |Foto: Leo Alves/Garagem360

Positivo também é a leitura do painel de instrumentos, que conta com velocímetro e conta-giros analógicos nas pontas e uma grande tela no centro com informações do computador de bordo.

Talvez o único ponto que me incomodou ao dirigir o Renegade foi o tamanho do volante. Mas essa sensação pode ter sido causada por conta do último carro testado antes do SUV, que foi o Peugeot 208 com o seu volante pequeno.

Onde o bicho pega

Como todo carro, o SUV da Jeep pode ser um sucesso em vendas, mas tem seus defeitos. E talvez os maiores deles nem sejam corrigidos em breve, já que seria necessário uma nova geração. Eu falo do espaço do porta-malas, de 273 litros nesta versão, e do espaço para as pernas dos ocupantes traseiros.

O bagageiro até teve a capacidade ampliada nas versões flex, por conta da adoção de um estepe temporário. Dessa forma, o espaço aumentou para 320 litros – que é menos pior, mas ainda pequeno para um SUV. No Trailhawk, o pneu sobressalente é idêntico aos demais. O ponto positivo é que é possível colocá-lo no rodízio dos compostos. O negativo é que a roda de 17 polegadas rouba bastante espaço no compartimento.

Já o espaço para as pernas de quem viaja atrás é comum a todas as versões do carro. Quem tem mais de 1,80 m (que é meu caso) não se sentirá tão confortável no banco traseiro se os ocupantes da frente também forem altos. Por sorte o espaço para a cabeça é amplo, graças ao teto alto do modelo.

Versão mais completa do SUV passou por nossos testes |Foto: Leo Alves/Garagem360

Vale comprar o Jeep Renegade Trailhawk?

Por quase R$ 180 mil, o Renegade Trailhawk entrega tudo que o modelo pode oferecer. Seus únicos opcionais são o teto solar panorâmico (por mais de R$ 8 mil) e a central multimídia de 8,4 polegadas com espelhamento sem fio (por mais R$ 2 mil, aproximadamente). Aqui vale apenas a observação que o modelo vem com uma central de mesmo tamanho de série, mas espelhando a tela dos celulares pelo cabo.

Entretanto, embora seja a versão mais completa, senti falta de alguns equipamentos, como o ajuste elétrico do banco do motorista, aviso de ponto cego, e saída de ar na traseira, por exemplo. Por isso eu acredito que o modelo Trailhawk seja indicado mais para quem é entusiasta de fato do Renegade, já que por essa faixa de preço há versões flex do Compass, que entrega mais espaço interno e no porta-malas.

Por isso, aconselho quem busca uma versão diesel do Renegade a procurar as versões mais acessíveis com este motor. Ou até mesmo esperar alguns meses, já que o carro deve trazer novidades visuais e de conteúdo em breve. Se não for possível esperar, negocie descontos. Dessa forma, o comprador consegue amortizar a possível desvalorização do modelo 2021.

Ficha técnica Jeep Renegade Trailhawk
Motor 2.0 16v turbodiesel com injeção direta de combustível
Potência/Torque 170 cv a 3.750 rpm / 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão Automática de nove marchas
Suspensão McPherson independente nas quatro rodas
Consumo Urbano: 10,1 km/l - Rodoviário: 12,5 km/l
Roda e Pneus 215/60 R17
Freios A disco nas quatro rodas com ABS e EBD
Peso 1.674 kg
Dimensão 4,23 m (c) x 1,80 m (l) x 1,71 m (a); entre-eixos de 2,57 m
Capacidade Porta-malas com 273 litros; tanque com 60 litros
Preço R$ 182.956
Avaliação Jeep Renegade Trailhawk
Conjunto mecânico
Espaço interno
Tecnologia
Conectividade
Acabamento
Impressões ao volante
Vale a pena comprar?
Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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