Testamos: Jeep Renegade Trailhawk é versátil e dinâmico, mas peca no alto consumo

Sem dúvidas, o Jeep Renegade é um dos responsáveis por popularizar o segmento de utilitários esportivos. A nova linha do modelo foi apresentada em fevereiro, onde todas as versões passaram a ser equipadas com o motor Turbo flex. Uma das configurações topo de linha é recheada de bons atributos, mas pesa no bolso em relação ao consumo de combustível.

Jeep Renegade Trailhawk, o que é bom e o que não é tão legal assim no SUV

É certo que em 2022 as vendas do Jeep Renegade já não são mais as mesmas. O SUV que foi o modelo da categoria mais vendido de 2021, esse ano, perdeu posição para outros nomes como VW T-Cross, Chevrolet Tracker e até mesmo o Jeep Compass.

No entanto, por mais que ele não esteja entre os mais vendidos, o veículo tem grande responsabilidade na popularização do segmento. Ele chegou ao mercado brasileiro em 2015 e sua última atualização aconteceu no início do ano, mais especificamente em fevereiro.

Entre as versões comercializadas do Renegade está a Trailhawk, versão mais off-road de todas as configurações. Conforme o configurador da marca, a versão tem preço inicial de R$ 171.990. No entanto, o modelo de testes usado na reportagem possui carroceria na cor punk Orange, que custa maus R$ 1.553 e também conta com teto solar panorâmico, item opcional que custa R$ 8.300. Nessa configuração, o valor total do modelo é de R$ 182.653.

Por esse preço, o carro entrega design digno de um Jeep, motorização eficiente, pacote de tecnologia e segurança bem completo.

Design renovado, mas sem perder o DNA Jeep

Om a introdução de nova linha os faróis circulares passaram a ser full Led em todas as versões com luz de direção integrada.

O para-choque frontal ficou mais robusto, com linhas fortes cruzando a peça horizontalmente e emoldurando os novos faróis auxiliares, também em LED. O conjunto recebeu uma peça proeminente na parte inferior, que destaca a dianteira e prepara o olhar para uma inédita leitura da icônica grade de sete fendas.

Agora elas são emolduradas por reentrâncias em sua base que trazem também elementos do “X” das lanternas, dando ainda mais personalidade ao Jeep Renegade.

Na lateral, as novas rodas de liga-leve têm de 17”  com acabamento exclusivo para a versão. Vale dizer que a versão também conta com um novo Easter Egg nas rodas. Os retrovisores trazem luzes de direção integradas contornadas por uma peça retilínea com o nome Jeep gravado em ambos os lados do carro, enquanto os badges laterais adotam novos grafismos.

Na traseira, mais personalidade: o “X” que virou marca do Renegade e veio dos tanques de combustível extras dos primeiros Jeep, adota um estilo inédito nas lanternas em LED, que são complementadas pelo novo para-choque traseiro redesenhado.

Espaço interno

O porta-malas do Renegade possui capacidade volumétrica de 320 litros, algo que se assemelha a muito hatch. Além disso fica bem longe do volume disponível entre seus principais concorrentes, como os 373 litros do T-Cross e os 393 litros do Tracker.

Porém, os passageiros da segunda fileira possuem bom conforto interno, até mesmo para uma viagem mais linga. Os bancos retos são um dos destaques nesse quesito.

A nova linha foi a responsável por trazer ao modelo um volante redesenhado – assim como no Compass e Commander – e adornado pelo badge Jeep. O novo apoio de braço central soma mais um easter-egg para os fãs de Renegade, assim como no Jeep Commander. As palavras “Jeep 1941” gravadas em baixo relevo servem como um lembrete permanente do ano de nascimento da marca que criou o SUV no mundo.

O pacote de tecnologia e segurança

A versão é equipada com diversos itens de segurança e auxílio à condução. O grande destaque fica pela frenagem autônoma de emergência (AEB), que faz um monitoramento contínuo do tráfego à frente. Quando é detectado o risco de colisão com outros veículos, o Renegade emite um alerta sonoro e visual ao motorista.

Se não houver nenhuma ação, o sistema aciona automaticamente os freios do Renegade, reduzindo o impacto da colisão ou até impedindo uma batida.

Esse recurso é possível graças a uma câmera posicionada na parte superior do para-brisas. Esse mesmo dispositivo permite a inclusão de outros sistemas, como o assistente de manutenção de faixa (LKA). Eles fazem a leitura da sinalização horizontal da via e podem fazer correções pontuais no volante para alertar o motorista que o veículo está invadindo as faixas laterais.

A segurança é reforçada pelo detector de fadiga. Ele analisa diversos parâmetros do veículo, incluindo o tempo de viagem, e sugere ao condutor uma parada para descanso sempre que é identificado o risco de sonolência ao volante.

O novo Renegade também conta com a comutação automática do farol alto, que se ajusta conforme o tráfego ao redor para evitar o ofuscamento de outros veículos ao mesmo tempo em que assegura a melhor iluminação da via à frente.

O monitor de veículos no ponto cego (BSM) usa sensores nas laterais do Renegade para alertar o motorista, por meio de luzes nos retrovisores, da presença de carros ao redor em pontos que podem não ser vistos pelo condutor.

O aviso de tráfego traseiro soma mais proteção em manobras e saídas de garagem em ré: quando os sensores detectam a proximidade de carros perpendiculares um alerta é emitido na cabine. Para completar, o modelo ainda pode receber faróis com comutador automático do facho alto (AHB), e sistema de estacionamento automático Park Assist. Vale dizer que este último, AHB e BSM são de série nas versões Trailhawk e Série S.

Além de todas essas tecnologias autônomas, o Novo Jeep Renegade traz quadro de instrumentos com opção Full Digital de 7” com tela customizável que pode ser ajustada conforme o desejo do motorista. Nele é possível ver parâmetros como pressão do turbo, percentual de potência enviada às rodas e até a força G.

O Novo Jeep Renegade traz ainda sistema multimídia com tela de até 8,4” com integração sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, além de carregador de celular por indução com novo resfriamento pela saída de ar-condicionado direcionada, evitando superaquecimento comum nesse tipo de dispositivo.

Outros passageiros ainda podem carregar seus smartphones por meio das três entradas USB, sendo uma do tipo A e uma do tipo C no console central na frente e uma do tipo A para os passageiros do banco traseiro. Isso permite que o usuário possa usar o cabo mais adequado ao seu aparelho, sem a necessidade de adaptadores.

A versatilidade de uso urbano e off-road do Jeep Renegade Trailhawk

Uma das características mais fortes do SUV é sua versatilidade de uso. O SUV compacto é ideal tanto para o dia a dia nos centros urbanos, quanto para escapadas em trilhas fora de estrada aos fins de semana, o verdadeiro habitat do modelo.

A configuração mais off-road da linha é prova disso. Ela tem embaixo do capô o motor T270 que alcança 180 cv com gasolina e 185 cv com etanol, sendo o motor turbo flex mais potente e moderno fabricado no Brasil. Seu torque de 270 Nm (com qualquer combustível) está disponível desde 1.750 rpm, permitindo mais performance e eficiência tanto no asfalto quanto na terra.

O conjunto motriz é capaz de fazer o modelo atingir velocidade máxima de 202 km/h e ter um de 0 a 100 km/h feito em 9,3 segundos.

O Novo Jeep Renegade Trailhawk conta com câmbio automático de nove marchas com tração 4×4 com bloqueio de diferencial.

Ao todo são cinco modos de condução, que ajustam os parâmetros do motor, câmbio e bloqueio de diferencial traseiro conforme o tipo de piso e desejo do motorista. São eles: Auto (Automático), Sport (Esportivo), Snow (Neve, recomendado para pisos muito escorregadios), Sand/Mud (Areia/Lama) e Rock (Pedra).

O pacote fora de estrada é complementado pelas funções 4WD Low, que prioriza as relações mais curtas do câmbio automático, 4WD Lock, que faz o bloqueio do diferencial traseiro, e o Hill Descent Control, capaz de manter automaticamente a velocidade do veículo mesmo em descidas íngremes.

Porém, como nem tudo é perfeito, o modelo peca no consumo de combustível. Durante o período de testes com o SUV, a reportagem atingiu um consumo médio de 4,5 km/h, em um perímetro misto de cidade e estrada. O melhor dado atingido foi de 5,2 km/l. O carro estava abastecido com etanol.

Os dados são bem diferentes do que sugere o Inmetro, que afirma que o modelo faz com gasolina 9,1 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. E com etanol rende 6,3 km/l na cidade e 7,6 km/l na estrada.

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.