Testamos: Honda HR-V Touring 2020 anda bem e cobra caro pelo conjunto
Os fãs do Honda HR-V tiveram que esperar quase cinco anos para ter uma versão mais potente do SUV no Brasil. Lançada neste ano, a Touring...
Os fãs do Honda HR-V tiveram que esperar quase cinco anos para ter uma versão mais potente do SUV no Brasil. Lançada neste ano, a Touring usa o motor 1,5l turbo de 173 cv de potência e 22,5 kgfm de torque, sendo a mais cara do modelo, custando R$ 139.900. A reportagem do Garagem360 rodou uma semana com carro e, por mais que tenha um desempenho superior e itens exclusivos, a sensação que fica é a de que ele cobra caro por seu pacote de equipamentos.
Honda HR-V Touring 2020: impressões
Embora utilize o mesmo conjunto mecânico do Civic Touring, o HR-V turbo parece mais manso ao volante. Os 22,5 kgfm de torque estão disponíveis logo a 1.700 rpm, mas a sensação é que o sedã reage mais prontamente que o SUV. Isso não significa que o utilitário seja lento. Pelo contrário, não é difícil fazer o carro ganhar velocidade, mas fica essa impressão de que há mais disposição no Civic. Para quem quiser uma tocada mais esportiva, há a opção de realizar as trocas de marcha pelas borboletas atrás do volante, já que a transmissão CVT simula até sete marchas.
Se o desempenho agrada, mas não chama tanto a atenção, o consumo do propulsor de 1,5l merece elogios. Ele queima apenas gasolina, é verdade, mas bebe pouco. Rodando a maior parte do tempo na cidade, o HR-V Touring fez 9 km/l de média, chegando a alcançar os 12 km/l em um trajeto urbano misto, pegando um pouquinho de estrada entre São Bernardo do Campo e São Paulo.
Vida a bordo
Assim como as demais versões, a posição de dirigir é boa e agrada os motoristas que gostam de um assento mais elevado. Os bancos acomodam bem o corpo e não cansam o condutor. Para quem viaja atrás, há um bom espaço para pernas e o sempre agradável piso quase plano. Outra boa função é o sistema Magic Seat, que permite elevar o assento do banco traseiro para transportar objetos altos no assoalho. Prático, ele está presente em toda a gama do HR-V, mas vale o registro.
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Testamos: Honda Civic Touring tem conjunto mecânico ideal e consumo de carro popular
Exclusivo dessa versão, o teto solar panorâmico é um bom equipamento de série. Ele deixa a cabine mais iluminada e arejada, além de combinar com o estilo do carro. O interior com detalhes na cor creme também ajuda a deixar o ambiente mais claro, sendo outro item exclusivo do modelo Touring.
[info_box title=”Raio-X”]Honda HR-V Touring
Motorização: 1,5l turbo i-VTEC 16 válvulas 173 cv a 5.500 rpm (gasolina)
Torque máximo líquido: 22,5 kgfm entre 1.500 e 5.500 rpm (gasolina)
Transmissão: Automática continuamente variável (CVT) – com simulação de sete marchas
Dimensões: 4,29 m x 1,77 m x 1,58 m (comprimento x largura x altura)
Distância entre eixos: 2,61 m
Peso em ordem de marcha: 1.380 kg
Tanque de combustível: 51 L
Porta-malas: 437 L
Preço: R$ 139.900
Pontos positivos: Consumo, espaço interno, teto solar;
Pontos negativos: Preço alto, desempenho e ausência de equipamentos
[/info_box]Porém, embora tenha esses detalhes únicos, faltaram alguns equipamentos. O painel de instrumentos é o mesmo das demais versões — inclusive o computador de bordo monocromático. A central multimídia de sete polegadas e o ar-condicionado digital com uma zona também equipam outras versões do modelo. Itens de segurança, como o aviso de ponto cego e alerta de mudança de faixa, por exemplo, não são oferecidos nem como opcional.
Vale a compra?
A versão Touring parece a ter a fórmula ideal: ela faz tudo que qualquer HR-V faz, só que com mais potência e itens exclusivos. Entretanto, ele cobra caro pelo que oferece. Seu preço é mais caro até mesmo que o do Civic com o mesmo motor, que custa R$ 5 mil a menos. Na família do SUV, a versão EXL custa R$ 28 mil a menos, mas utiliza o motor 1.8 de 139 cv e não tem o teto solar panorâmico e a partida por botão.
Em resumo, mesmo tendo muitos méritos, como a economia de combustível, o HR-V Touring só se justifica para quem é fã do modelo e faz questão do motor mais potente.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.