Setor automotivo registra bom desempenho no primeiro bimestre

O setor automotivo colheu bons resultados nos dois primeiros meses do ano, com crescimento de produção, vendas e do segmento de eletrificados.

O setor automotivo colheu bons resultados nos dois primeiros meses do ano. No acumulado do primeiro bimestre de 2023, as empresas filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) registraram um crescimento de 0,8% na produção e de 5,4% nas vendas, na comparação com igual período do ano passado. A média diária de vendas em fevereiro de 2023 foi 11% superior a fevereiro de 2022.

Outro dado expressivo refere-se ao crescimento do segmento de carros elétricos e híbridos neste início do ano, com  8,8 mil unidades vendidas e avanço de 45%em relação ao ano passado. “É para ser comemorado o crescimento das novas tecnologias que contribuem para a descarbonização”, exultou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6).

Falta de componentes e crédito limitado ainda restringem o setor automotivo

Falta de semicondutores ainda afeta a produção (Foto: Divulgação/Volkswagen)

Na análise da Anfavea, o crescimento da produção se deu “de forma tímida”, por conta do fechamento provisório de algumas fábricas em fevereiro – algumas por falta de semicondutores, outras para ajustes na linha de montagem. Os 313,8 mil veículos produzidos (161,2 mil deles em fevereiro) representaram ganho de 0,8% sobre o primeiro bimestre de 2022.

“Também temos que ressaltar que no ano passado o Carnaval caiu em março, o que pesa a favor do desempenho do mercado neste início de ano”, ressaltou Lima Leite. Segundo o executivo, somado aos fechamentos de fábrica as paralisações correspondem a 31 dias sem produção no bimestre.

Outro ponto de preocupação para o setor automotivo é a restrição ao crédito para a compra de veículos novos – uma realidade no atual cenário de juros altos. Tradicionalmente, as vendas financiadas têm grande peso no giro de mercado, tendo em vista o valor elevado que a compra de um automóvel demanda.

Crédito limitado restringe as vendas de veículos (Foto: Freepik)

Lima Leite relatou que a Anfavea segue discutindo “um novo ciclo de desenvolvimento” com o governo recém empossado, e a questão do crédito e dos juros está na mesa. Na última semana, diretores da associação reuniram-se com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da  República, Geraldo Alckmin, em Brasília.

“Apesar de estar alinhado com as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, resumiu o presidente da Anfavea.

20 anos do carro flex no Brasil

Neste mês de março, completam-se 20 anos do carro com motor flex no Brasil. De acordo com a Anfavea, neste período foram produzidos 40 milhões de carros capazes de circular tanto com etanol como com gasolina. “Eles são mais de 85% dos carros em circulação no País, hoje. O que equivale, em termos de descarbonização, a 8,5 milhões de elétricos”, comparou Lima Leite.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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