Segunda pista da Rodovia dos Imigrantes completa 20 anos; relembre história

A segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, inaugurada há 20 anos, é considerada um dos mais complexos projetos de engenharia do continente

A segunda pista da Rodovia dos Imigrantes (descendente, sentido Sul), também conhecida como Nova Imigrantes, completa 20 anos de inauguração neste sábado (17). Passadas duas décadas, a pista mais nova do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) – que interliga a Região Metropolitana de São Paulo à Baixada Santista – segue, até hoje, sendo considerada uma referência e um dos mais complexos projetos de engenharia rodoviária da América do Sul.

Ao longo deste período, mais de 200 milhões de veículos já trafegaram pela nova Imigrantes. Veja a seguir a história do projeto de ampliação da rodovia.

Relembre a história da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes

Segunda pista da Rodovia dos Imigrantes pode operar rumo à Baixada Santista ou à Capital do Estado (Foto: Divulgação/Ecovias)

A segunda pista da Rodovia dos Imigrantes foi inaugurada em 17 de dezembro de 2002, cerca de quatro anos e meio após a Ecovias ter vencido o certame de licitação para administração do SAI. O edital de licitação e o contrato de concessão estabeleciam que a concessionária deveria construir a pista descendente.

Com 21 quilômetros de extensão e vencendo um desnível de 730 metros na Serra do Mar, a segunda pista da Imigrantes (pista Sul) conta com inúmeros diferenciais. Entre eles, os longos túneis. São três ao todo (além de um 4º, menor), totalizando 8.230 metros, sendo o primeiro o mais comprido, com 3.146 metros de extensão – na época da construção, era o maior túnel rodoviário do País.

Durante a construção dos túneis foram usados quatro jumbos – potentes equipamentos trazidos da Suécia, para a perfuração do maciço. Para garantir a segurança, não só durante os trabalhos, mas depois deles, cada vez que as escavações avançavam, era colocada estrutura metálica nas paredes e teto, e depois o concreto era aplicado por robôs para estabilizar.

Equipamentos da Suécia foram utilizados para abrir túneis de mais de 3 km de extensão (Foto: Divulgação/Ecovias)

Raios laser também foram usados para a leitura de coordenadas específicas, garantindo assim o máximo de precisão no processo de perfuração.

A via, também conhecida como Nova Imigrantes, ainda possui nove viadutos, sustentados por um número bem menor de pilares que seu projeto original. Graças à tecnologia de ponta, foi possível aumentar a distância entre eles, de 45 para 90 metros, o que contribuiu muito para a redução do impacto ambiental. A construção da segunda pista da Imigrantes desmatou quarenta vezes menos que a primeira (ascendente, pista Norte), inaugurada em 1976.

Para chegar a esta marca, muito foi feito. Homens, equipamentos e materiais iam por guindaste até as obras, para que nada ao redor fosse afetado. Além disso, também para evitar desmatamento, foram usados como canteiro de obras e área de serviço os mesmos espaços já utilizados no tempo da construção da primeira pista. 

Na construção dos viadutos do trecho de serra, foi usada a técnica do “balanço sucessivo”, que permite que o viaduto avance a partir dos próprios pilares. Desse modo, parte das formas do tabuleiro eram colocadas à frente e concretadas, progredindo sucessivamente para ambos os lados.

Segunda pista da Imigrantes é considerada um dos maiores projetos de Engenharia da América do Sul (Foto: Divulgação/Ecovias)

Quatro estações de tratamento de água foram construídas, e toda a água contaminada durante a escavação dos túneis foi devolvida limpa. Após tanto cuidado com o Parque Estadual da Serra do Mar e reserva da Mata Atlântica, áreas em que a pista foi construída, a Ecovias conquistou a ISO 14001 – norma técnica referente à preservação do meio ambiente –, se tornando a primeira concessionária de rodovias do mundo a ter tal certificação. A obra foi considerada modelo de gestão ambiental por técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Já inaugurada, a via trouxe inovações que atualmente são usadas nas principais rodovias do País. Os túneis possuem jatos ventiladores, sensores de gás carbônico, detectores de calor e medição do vento. Destaque para as câmeras inteligentes com detecção automática de incidentes e as estações meteorológicas (com pluviômetros e visibilímetros) espalhados pela via.

A segunda pista da Rodovia dos Imigrantes também trouxe novas opções de operações no SAI, cujo objetivo é oferecer mais pistas no fluxo onde tem maior demanda de veículos. Desta forma, quando há necessidade, o sentido de direção é invertido e os carros podem rumar à São Paulo partindo da Baixada Santista.

Confira os principais números da segunda pista da Imigrantes:

  • 21 km de extensão
  • 3 túneis
  • 9 viadutos
  • 85 câmeras
  • 420 mil metros cúbicos de concreto
  • 25 mil toneladas de aço
  • 4,5 mil trabalhadores
  • 40 vezes menos desmatamento que a 1ª pista da Imigrantes
  • 30 hectares de compensação ambiental e 50 mil mudas nativas de mata atlântica plantadas
  • 3.146 m tem o maior túnel da pista, o segundo maior do país
  • 1.255 metros tem o Viaduto Descendente (VD) 7, o maior da rodovia
  • 153 caixas de emergência contra incêndios
  • 42 jatos ventiladores
  • + de 205 milhões de veículos já passaram pela pista

Cruzamento das pistas da Imigrantes (Foto: Washington Possato/Ecovias)

Pedágios tiveram reajuste na véspera do 20º aniversário

Desde sexta-feira (16), novas tarifas de pedágio entraram em vigor no SAI, conforme determinação da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 14.

O reajuste foi de 11,73%, relativo ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado entre junho de 2021 e maio deste ano. Os novos valores estabelecidos para veículos de passeio estão na tabela abaixo, juntamente às tarifas praticadas até a última quinta-feira (15). 

(Fonte: Ecovias)

O valor final considera o arredondamento da tarifa, para cima ou para baixo, de acordo com regra contratual de forma a tornar mais fácil o pagamento e o troco nas praças de pedágio.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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