Saiba como funciona o seguro auto para motorista de aplicativo

Para muitos, o carro é uma necessidade. Para outros, é inevitável, como é o caso daqueles que optam por exercer a atividade de motorista de aplicativo. Para estes, por motivos óbvios, o veículo é a principal ferramenta de trabalho e qualquer dano que impeça o seu devido funcionamento implicará imediato prejuízo e comprometimento da renda.

Por isso, uma proteção contra acidentes de trânsito, furto, roubo e outros sinistros se faz imprescindível, especialmente se o motorista de aplicativo exerce essa função com carro próprio. Com a ajuda de Gustavo Fonseca, cofundador e CEO da plataforma Doutor Multas, explicamos como funciona o seguro auto para motorista de aplicativo.

Como funciona o seguro auto para motorista de aplicativo?

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Motorista de aplicativo deve se preocupar com seguro auto (Foto: divulgação)

Atuar como motorista por aplicativo com carro próprio sem ter seguro auto implica elevado risco, uma vez que, com a alta frequência de uso no trânsito, o veículo fica muito mais exposto a acidentes, assaltos, furtos e roubos.

“A título de ilustração, podemos citar o levantamento do primeiro quadrimestre de 2021 da cidade de Salvador que aponta um crescimento de 27% dos crimes contra motoristas de aplicativos, de acordo com o Sindicato dos Motoristas por Aplicativos do Estado da Bahia (Simactter)”, afirma Fonseca.

Algumas plataformas têm como exigência mínima um seguro de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP). Essa cobertura protegerá os passageiros em caso de sinistros como colisões, invalidez temporária e invalidez permanente – dessa forma, todas as eventuais despesas médicas e hospitalares decorrentes de acidentes são custeadas pelo seguro.

Em alguns casos, a cobertura do seguro do veículo deve ter o piso mínimo de R$ 50.000.

Qualquer que seja a plataforma, a fim de evitar problemas, é necessário que o motorista de aplicativo contrate um seguro auto específico para exercer a atividade profissional.

O seguro auto para motoristas de aplicativos envolve diversos tipos de coberturas, incluindo as convencionalmente oferecidas para veículos de passeio, por exemplo, conforme explica o  especialista:

“É correto dizer que estão presentes as coberturas contra incêndio, colisão, furto, inundação e assistência 24 horas. Mas, para que as coberturas sejam válidas, é imprescindível que conste na apólice a modalidade. Isto é, será necessário que conste que o veículo é usado para transporte de passageiros. O valor do seguro levará em consideração este quesito na hora de ser precificado, o que pode alterar sensivelmente o custo.”

 seguro auto para motorista de aplicativo
Motorista de aplicativo fica mais exposto a roubos e furtos (Foto: Freepik)

Isso porque um veículo cuja utilização principal é no transporte de passageiros está sob proporções de riscos maiores do que um veículo utilizado apenas para locomoção pessoal. “O entendimento é simples: ao passar mais tempo rodando nas vias, buscando e levando passageiros, as chances de sofrer um sinistro são muito maiores do que um carro usado apenas para ir de casa para o trabalho e vice-versa”, ressalta.

Caso o motorista de aplicativo omita a informação, na tentativa de buscar um menor valor da apólice de seguros, estará cometendo fraude por omissão.

“E quando isso acontece, logo após um sinistro, a seguradora poderá ajuizar um processo contra o segurado sob alegação de informação fraudulenta, uma vez que não foi informado que o veículo era utilizado para transporte de pessoas de forma contínua e regular”, alerta Fonseca.

Quais seguradoras aceitam este tipo de apólice?

No princípio, quando começaram a operar as empresas de transporte via app no Brasil, poucas seguradoras aceitavam fazer o seguro para motoristas de aplicativo. Mas com o exponencial crescimento desse tipo de transporte, as empresas começaram a oferecer seguros para suprir a alta demanda.

Atualmente, segundo o especialista, existe uma ampla gama de ofertas, e o mais indicado é realizar a cotação de seguro com todas as seguradoras e avaliar as propostas:

“Existem até mesmo ferramentas específicas que permitem realizar a cotação de forma simultânea, trazendo informações de preços, coberturas, benefícios e outros. Esta cotação é importante, pois cada empresa se seguro atribuirá um peso diferente aos diferentes quesitos que determinam o perfil de risco de um veículo, portanto, atenção e muita calma nessa hora.”

Entre as seguradoras que disponibilizam apólices para esta modalidade, o executivo da Doutor Multas cita:

  • Azul Seguros;
  • Porto Seguro;
  • SulAmérica;
  • Bradesco Seguros;
  • Cardif Seguros;
  • Mapfre Seguros;
  • Tokio Marine.

“Mas não se engane. Ainda que diversas operadoras de seguro disponibilizem determinados tipos de coberturas específicas para motoristas de aplicativos, é extremamente necessário checar todos os itens e compreender o que está sendo oferecido, uma vez que há essa vasta gama de serviços com diversas características distintas”, alerta.

Dicas para contratar seguro para motorista de aplicativo

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Imagem ilustrativa (Foto: Pixabay)

O especialista dá cinco dicas para o motorista de aplicativo fechar o melhor contrato de seguro auto:

  1. Faça um levantamento de todas as suas necessidades. Analise quanto tempo você passa na rua, quais as localidades que costuma trabalhar, o índice de roubos e furtos na região, entre outros.
  2. Considere também a probabilidade de uma colisão, inundação e demais fatores possíveis aos quais você pode estar exposto e ser suscetível.
  3. Uma vez que o nível de risco seja considerado alto, haverá alternativas escassas de seguro. Mas não desista e continue pesquisando.
  4. O ideal é contratar o maior número de proteções e coberturas devido à exposição ao risco ser mais elevada. Portanto, preste atenção para quais eventos a seguradora efetivamente oferecerá proteção.
  5. Se o veículo é compartilhado com outros motoristas, é preciso averiguar se a proteção será abrangente ou somente para quando determinado motorista estiver conduzindo o veículo.

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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