Saiba como funciona a injeção direta de combustível

O sistema de injeção eletrônica chegou ao Brasil no final da década de 1980. Desde então essa tecnologia passou por um processo de evolução.

Os modelos de automóveis mais antigos eram equipados com carburadores para fazer a dosagem ar/combustível na câmara de combustão do motor. Com o surgimento de novas tecnologias e a popularização das soluções eletrônicas – como a injeção direta de combustível – esse sistema se tornou obsoleto.

O sistema de injeção eletrônica chegou ao Brasil no final da década de 1980. Os primeiros modelos eram fabricados com o sistema indireto e, naturalmente, essa tecnologia passou por um processo de evolução.

Atualmente, os carros produzidos no País têm motores com os sistemas de injeção direta e indireta, cujos funcionamentos são similares, mas com algumas diferenças importantes. 

Com o auxílio dos especialistas do InstaCarro, plataforma online de compra e venda de veículos, esclarecemos a seguir essas diferenças.

Injeção direta se populariza no Brasil; veja como funciona a tecnologia

VW up! TSI: o compacto inaugurou no País, em 2015, a injeção eletrônica direta em motores 1.0 (Foto: Divulgação/Volkswagen)

Antes exclusiva dos carros de luxo, a injeção direta de combustível já é uma realidade até entre os automóveis compactos produzidos no Brasil.

No País, o primeiro carro 1.0 com a tecnologia foi o Volkswagen up! TSI, de 2015. Hoje, o sistema de alimentação de combustível é usado em modelos como Hyundai HB20, Volkswagen Polo TSI, Hyundai Creta 1.0, Fiat Pulse, VW T-Cross e VW Nivus, entre tantos outros.

O primeiro motor automotivo com injeção direta de combustível foi criado em 1925 pelo sueco Jonas Hesselman. Mas foram os alemães que popularizam a tecnologia nos anos 1930, aplicando o sistema aos propulsores diesel e também naqueles usados por aviões.

O primeiro carro de produção com motor de quatro tempos a gasolina a contar com o sistema foi o esportivo Mercedes-Benz 300SL “Asa-de-Gaivota”, de 1954. Mas a tecnologia se tornou largamente difundida apenas a partir dos anos 1990.

Motor do Mercedes-Benz 300SL foi pioneiro no uso da injeção direta (Foto: Divulgação)

Injeção direta x injeção indireta

Diferentemente da injeção indireta, que acontece no coletor de admissão, a injeção direta ocorre diretamente no cilindro, permitindo assim uma queima mais eficiente da mistura ar/combustível. O resultado é um ganho em termos de consumo e desempenho na comparação com propulsores com injeção indireta com a mesma cilindrada.

Um exemplo desse ganho de rendimento é o Honda City de geração mais recente. Equipado com um motor 1.5 aspirado com injeção direta e 126 cv, registra média de consumo urbano com gasolina de 13,1 km/l. Enquanto isso, o seu antecessor, menor e mais leve e equipado com um propulsor 1.5 multiponto de 116 cv, roda o máximo de 11 km/l com gasolina.

Mas nem tudo são vantagens…

No entanto, os motores com injeção direta de combustível apresentam, também, algumas desvantagens em relação aos propulsores com injeção convencional. Uma delas é o custo de manutenção mais elevado.

Por se tratar de um sistema que trabalha com alta pressão de combustível, exige que os componentes – como bombas, tubulações e filtros – sejam mais robustos, portanto mais caros. Além disso, exigem, na realização de um serviço de manutenção, equipamentos específicos e mão de obra especializada – o que é igualmente mais custoso.

Esses motores são ainda mais sensíveis à variação da qualidade de combustível do que aqueles com injeção eletrônica indireta. Portanto, fique atento na hora de abastecer o carro.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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