Roubo e furto de motos mudam de comportamento com pandemia

Durante a pandemia, o roubo e furto de motos aumentaram. Aproveite e veja quais são os modelos mais visados pelos criminosos

Durante a pandemia, foi registrada uma mudança de comportamento dos criminosos especializados no roubo furto de motos, que estão cometendo mais delitos em locais de acesso restrito. A conclusão consta do Boletim Econômico Tracker-Fecap.

Divulgado pelo Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) com base em estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o estudo revela que o número de ocorrências em “Garagem/Abrigo de Residência” pulou de 162 furtos em 2019 para 815 em 2021, um crescimento de 403,09%. Os “Estacionamentos Públicos” também registraram um aumento significativo (81,87%) no período.

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Honda Elite. (Foto: Honda Motos)

Confira as preferências dos criminosos e proteja a sua moto 

“O comércio ilegal de peças usadas movimenta diretamente a prática de roubo e furto de veículos”, analisa Vitor Correa, coordenador do Centro de Operações do Grupo Tracker, empresa que é a fornecedora oficial de rastreadores para as motos da BMW e da Triumph. 

Correa explica que, com o envelhecimento da frota de motocicletas, é natural a necessidade de reposição de peças. Porém, devido, aos preços mais elevados nas lojas oficiais das montadoras, “muitos brasileiros acabam recorrendo ao mercado paralelo, contribuindo para o aumento do número de delitos”, afirma. Fique de olho nas preferências dos ladrões e proteja a sua moto.

Roubo e furto de motos no meio da semana

No ano passado, os roubos aconteceram de forma bem dividida entre os dias da semana, com leve destaque para as ocorrências nas sextas-feiras, que concentraram 15,50% do total. 

Os furtos, por sua vez, apresentaram comportamento um pouco diferente, com maior concentração de eventos no meio da semana – destaque para as terças (17,19%), quartas (17,59%) e quintas (17,93%). 

Honda Biz

Honda Biz (Foto: Divulgação/Honda)

Honda é a marca mais visada

Das 20.532 motos furtadas em 2021, 72,86% (14.960) foram da marca Honda, o que representa um aumento de 32,30% frente a 2020. Em seguida vem a marca Yamaha, com 13,61% dos furtos. 

No caso dos roubos, o comportamento é semelhante, com concentração por parte de modelos Honda. Das 12.862 motos roubadas, em 2021, 56,95% foram dessa montadora, enquanto 17,93% eram motos Yamaha.

Honda Motos

Yamaha YBR 150 Factor (Foto: Divulgação/Yamaha)

Motos de alta cilindrada

Ainda que em menor representatividade na frota de motocicletas, modelos de alta cilindrada – consideradas, pelo estudo, as motos a partir de 500cc – também apresentaram crescimento de aproximadamente 30% nas ocorrências, entre os anos de 2020 e 2021, no Estado de São Paulo. 

“Os modelos de maior porte, e maior valor, geralmente voltados para o lazer e passeio, também se tornaram alvo de quadrilhas especializadas em roubos de motos e de bandidos que cometem os delitos para circular e ostentar os veículos dentro de comunidades”, afirma Correa. 

Para esses casos, especificamente, o comportamento dos roubos é um pouco diferente, com predominância aos finais de semana e no período noturno. “Provavelmente, nos dias em que estas motos circulam mais”, especula Vitor Correa.

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Honda CB 500 (Foto: Divulgação/Honda)

 

Os cinco modelos mais visados pelos bandidos em 2021 foram

  1. Honda CB 500 – 201 roubos e 36 furtos 
  2. Triumph Tiger (todas versões) – 163 roubos e 12 furtos
  3. Honda CB 600 Hornet  – 107 roubos e 33 furtos 
  4. BMW G 650 GS  – 56 roubos e 66 furtos 
  5. Yamaha XJ6 – 50 roubos e 10 furtos

Cidades mais perigosas

A capital paulista, que lidera o ranking, registrou um aumento de 33,69% nos furtos em 2021, na comparação com o ano anterior. Santos se manteve na segunda colocação e também apresentou alta ainda maior, de 40,48%, nessa modalidade de crime. Campinas subiu da quarta para a terceira colocação.

No caso dos roubos, São Paulo, Campinas e Guarulhos foram as três cidades que apresentaram o maior número de ocorrências em 2021, assim como em 2020. Enquanto o município de São Paulo registrou queda de 8,53%, Campinas e Guarulhos apresentaram altas de 18,94% e 4,21%, respectivamente.

A capital paulista, que lidera o ranking dos locais com maior aumento de roubo e furto de motos. (Foto: the city fix brasil)

Bairros mais perigosos de São Paulo

Os bairros com mais furtos de motocicletas em 2021 foram Tatuapé (311), Santana (299), Vila Mariana (265), Bela Vista (253), Itaim Bibi (252) e Lapa (229). 

Em contrapartida, bairros mais afastados, localizados em regiões periféricas da capital, apresentaram os maiores números de roubos: Capão Redondo (174), Guaianases (145), São Mateus (143), Jardim Ângela (136), Campo Limpo (127) e Jardim São Luiz (106).

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(Foto: Honda Motos)

Outros veículos

O estudo da Fecap-Tracker mostra que o ano passado registrou uma alta de 21,22% nos casos de furtos de veículos em geral (79.670 ocorrências). Apesar do expressivo aumento, os números ainda estão abaixo dos registrados três anos atrás, no período anterior à pandemia. Em uma comparação entre 2021 e 2019, observa-se uma queda de 12,11%.

Os roubos de veículos em 2021 (33.039 registros) também apresentaram alta em comparação ao ano de 2020, com crescimento de 3,6%. Já na comparação com 2019, as ocorrências caíram 28,97%.

Os roubos de carga cresceram 10,32% em 2021 (6.529 ocorrências), em relação a 2020. Seguindo comportamento similar aos furtos e roubos de veículos, o ano passado registrou números inferiores aos de 2019, com uma queda de 10,87% nas ocorrências.

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Foto: Finances

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Paulo Silveira Lima
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Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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