Risco de vida e caos urbano: a urgência do desvio na BR-101
BR-101 Morro dos Cavalos: O projeto de contorno viário de R$ 291 milhões é a solução rápida para os 100 mil veículos diários? Entenda por que o governo catarinense priorizou o desvio mais barato em vez do túnel bilionário e o impacto na segurança após a explosão que devastou o trecho.
Um dos pontos mais críticos do tráfego rodoviário brasileiro, o Morro dos Cavalos, na BR-101 (Palhoça, Santa Catarina), pode estar à beira de uma solução inédita. Com um fluxo diário de cerca de 100 mil veículos, este trecho da rodovia é sinônimo de congestionamentos gigantescos e, tragicamente, de acidentes graves e paralisações totais que impactam toda a economia do Sul do país.
Risco de vida e caos urbano: a urgência do desvio na BR-101
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), protocolou junto ao Ministério dos Transportes um projeto de contorno viário que promete desafogar a região. A proposta é uma alternativa quatro vezes mais barata do que o túnel bilionário planejado no passado, mas que ainda assim complementa a solução definitiva.
O foco atual mudou do custoso túnel duplo (estimado em R$ 1,3 bilhão, ou até R$ 1,2 bilhão em outras projeções) para um contorno viário mais enxuto e rápido de ser executado.
| Solução Proposta | Extensão | Custo Estimado | Situação |
| Contorno Viário (Projeto Atual) | 5,2 km | R$ 291 milhões | Protocolado no Ministério dos Transportes, prioridade. |
| Túnel Duplo (Projeto Anterior) | Não detalhado | R$ 1,3 bilhão (ou R$ 1,2 bi) | Complementar, postergado devido ao alto custo e questões como o licenciamento ambiental e terra indígena. |
O projeto, desenvolvido pela Secretaria da Infraestrutura e Mobilidade do estado, prevê um binário inteligente para lidar com os 100 mil carros diários.

Pista Existente (Sentido Norte): Reformulação para três faixas de 3,6m de largura.
Contorno a ser Construído (Sentido Sul): Implementação de duas faixas de 3,6m, com acostamentos adequados.
Além disso, o projeto inclui a construção de uma ponte sobre o rio Maciambu e um viaduto de 80 metros, com limites de velocidade de 60 km/h nas curvas críticas e 80 km/h no restante do trecho. O túnel, embora complementar ao desenho final, será construído posteriormente.
A urgência: segurança e economia em risco
A necessidade de uma intervenção no Morro dos Cavalos transcende o alívio do trânsito e atinge diretamente a segurança e a economia regional:
- O Risco Catastrófico de Acidentes: O trecho sinuoso e de alto fluxo é palco frequente de desastres. Em abril deste ano, o tombamento e a explosão de um caminhão-tanque de combustível atingiram 21 carros e 3 carretas, deixando feridos e causando um bloqueio total de proporções alarmantes. As paralisações são constantes devido a colisões, panes e incêndios de veículos, como evidenciado em ocorrências recentes.
- Impacto Econômico de Bloqueios: A BR-101 é a principal artéria logística do Sul do Brasil. Quando o Morro dos Cavalos fecha, o trânsito é represado, afetando o transporte de cargas, a indústria e o turismo de toda a Grande Florianópolis e do estado. A falta de rotas alternativas viáveis torna cada acidente uma crise logística.
- Redução de Velocidade e Produtividade: Mesmo sem acidentes, as curvas acentuadas e a geografia do local obrigam à redução da velocidade, gerando lentidão crônica e desperdício de tempo e combustível para os milhares de motoristas que dependem da via.
Apesar das críticas políticas sobre o timing eleitoral (2026), o governador reitera que a motivação principal é a urgência de salvar vidas e garantir a fluidez da rodovia, principal corredor logístico de Santa Catarina.
Túnel pode sair do papel
O projeto original de túneis, que resolveria de forma mais definitiva o problema, segue travado desde 2017 por uma combinação de fatores:
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Custo Astronômico: O valor estimado de R$ 1,3 bilhão (ou R$ 1,2 bilhão) é muito superior ao do contorno viário atual.
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Burocracia Federal e Indígena: Por se tratar de uma rodovia federal em área sob concessão e que atravessa a Terra Indígena Morro dos Cavalos (etnia Guarani), o projeto exige o envolvimento do DNIT, ANTT, Funai e aprovação do TCU, tornando a execução extremamente complexa e demorada.
O contorno viário surge, portanto, como uma solução de curto/médio prazo, mais barata e viável para ser executada antes que um novo desastre paralise o estado.
Com a BR-101 em risco constante, o Governo de Santa Catarina está certo em priorizar o contorno viário de R$ 291 milhões em vez de insistir no túnel de mais de R$ 1 bilhão? Comente abaixo: qual das duas obras deveria ser a prioridade máxima para a BR-101?
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.