Equipamento é essencial para filtrar os gases emitidos pelo motor
Na busca por potência, alguns motoristas acabam tomando medidas que podem ter o efeito justamente contrário. Uma delas é a remoção do catalisador, peça essencial para o funcionamento correto do carro e responsável pela desintoxicação dos gases que serão expelidos na atmosfera.
De acordo com Cláudio Furlan, gerente comercial da Umicore, especializada em tecnologia de materiais e fabricante de catalisadores automotivos, os veículos são projetados considerando a existência do componente, portanto, a sua retirada pode desregular o sistema de injeção eletrônica e de contrapressão do escapamento. O profissional também explica que corre-se o risco de haver perda de rendimento do motor, desgaste prematuro de peças e excesso de ruídos.
Além do carro, o meio ambiente acaba tornando-se outra vítima da não utilização do equipamento. Montado dentro de uma cápsula de aço inox, o equipamento é vazado de lado a lado e conta com poucas gramas de metais nobres em seu interior. O ródio sempre está presente e pode vir acompanhado de paládio e/ou platina. Esses elementos, ao entrarem em contato com os gases, provocam uma reação química que converte os gases tóxicos provenientes da queima do combustível em gases menos prejudiciais.
“A reação não diminui totalmente o perigo de dispersar esses gases, mas contribui bastante”, explica Henrique Pereira, engenheiro mecânico da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil). Para Francisco Satkunas, conselheiro e engenheiro mecânico também da SAE Brasil, o ar realmente é o grande prejudicado com a prática. “Junto com os gases prejudiciais, a fuligem resultante da queima incompleta do combustível torna-o irrespirável”, diz.
Ilegal
Além de ser uma prática desaconselhada por profissionais do ramo automotivo, a retirada do catalisador é proibida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pode render multa para o condutor. O valor da infração é de R$ 127,69, com perda de cinco pontos na carteira da habilitação.
