Redução do IPI para carros aumentará em 35%: modelos ficarão mais baratos?

Na última semana, o Governo Federal editou o modificou o Decreto sobre a redução do IPI, que agora chega a 35%, veja os detalhes.

Em fevereiro o Governo Federal havia anunciado a redução do IPI em até 25%. Para os carros, o corte foi de 18,5%. No entanto, na última semana, através de novo Decreto, uma nova redução foi aplicada, sendo de 35%.

Governo Federal aumenta redução do IPI para 35% (Foto: Pixabay)

Nova redução do IPI para carros é de 35%

O Presidente da República editou Decreto que promove a redução geral das alíquotas dos produtos classificados nos códigos relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Dessa forma, os produtos que recebem redução no imposto de até 25% (sendo de 18,5% para os carros), em fevereiro, passam a ter nova redução de 35% para a maioria dos produtos, inclusive os automóveis.

De acordo com o Governo Federal, “a presente medida objetiva estimular a economia, afetada pela pandemia provocada pelo coronavírus, com a finalidade de assegurar os níveis de atividade econômica e o emprego dos trabalhadores. Dessa forma, espera-se promover a recuperação econômica do país.”

Importante destacar que o decreto já está em vigor desde o dia primeiro de maio pois não depende da aprovação do Legislativo.

Por se tratar de tributo extrafiscal, de natureza regulatória, é dispensada a apresentação de medidas de compensação, como autorizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A secretária de Produtividade e Competitividade, Daniella Marques, destacou as projeções feitas com base no Modelo de Equilíbrio Geral e Estimativas do Ministério da Economia.

“Esta medida pode ter um impacto de ampliação de investimentos da ordem de R$ 534 bilhões nos próximos 15 anos, e mais de 300 mil empresas do setor industrial serão atingidas diretamente.”

(Foto: Divulgação)

Redução apresenta redução de R$ 15,2 milhões de carga tributária em 2022

Ainda segundo o Governo Federal, as mudanças adotadas representam uma diminuição da carga tributária de R$ 15.218,35 milhões para o ano de 2022.

Para 2023, a redução será de R$ 27.391,20 milhões, e de R$ 29.328,82 milhões para o ano de 2024.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, detalhou as estimativas de perda de arrecadação com a redução das alíquotas do IPI.

No total de 2022, considerando os dois decretos, a perda de arrecadação – ou o total de dinheiro que fica no bolso dos contribuintes – atinge R$ 23,363 (R$ 8,146 bilhões em março e abril e R$ 15,218 bilhões de maio a dezembro).

Produtos da Zona Franca de Manaus foram preservados

Sobre os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM), a secretária enfatizou que eles tiveram a competitividade preservada.

No novo decreto, os principais produtos – correspondentes a cerca de 76% do faturamento da ZFM – ficaram de fora, mantendo os 25%.

“A medida de hoje tem um impacto muito positivo para a reindustrialização do Brasil”, ressaltou.

Ação irá gerar uma diminuição de carga tributária de mais de R$ 15 milhões em 2022 (Foto: GM)

CNM fala sobre os impactos da redução do IPI e diz em falta de diálogo

Em nota, a Confederação Nacional de Municípios, a CNM afirmou que as estimativas apontam o impacto de decisão no repasse constitucional do Fundo de Participação dos Minicípios (FPM).

De acordo com a entidade, o aumento da renúncia para 35% deve diminuir a arrecadação do imposto neste ano em R$ 27,3 bilhões. Como os Municípios detêm 24,75% deste recurso, a perda no FPM poderá alcançar R$ 6,76 bilhões apenas em 2022, valor superior em R$ 1,93 bilhão do que a medida anterior, de R$ 4,83 bilhões.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski afirmou ainda que “Novamente, se promove redução de alíquotas em impostos que são compartilhados com Estados e Municípios sem, no entanto, a previsão de uma medida de compensação das quedas que ocorrerão com a redução.

E, agravado a isso, a União resolve seu problema aumentando receitas não compartilhadas em detrimento de prejuízos que causará à arrecadação a Estados e Municípios. Os recursos farão muita falta aos cofres municipais e reforçam o desequilíbrio existente no Pacto Federativo brasileiro.”

Presidente da CNB, Paulo Ziulkoski (Foto: CNB)

Com informações: Governo Federal e CNM

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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