Mal negócio? Redução de impostos para BYD pode causar 50 mil demissões no Brasil; entenda os impactos

Benefício para a BYD pode custar até 50 mil empregos no Brasil. Entenda como a redução de impostos afeta a indústria automotiva

A BYD, uma das maiores montadoras de carros chineses, está buscando uma redução nos impostos de importação de kits de veículos desmontados, o que pode gerar uma grande mudança na indústria automotiva brasileira.

Caso o governo aceite a proposta, o impacto será significativo, colocando 50 mil empregos em risco e podendo até impedir investimentos de R$ 60 bilhões no setor até 2030.

A proposta da BYD já gerou um forte debate no setor, com montadoras tradicionais alertando sobre os riscos que a medida traz para a indústria nacional.

A questão será decidida pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), e a decisão tem o potencial de mudar os rumos da indústria automotiva no Brasil. Acompanhe o Garagem360 e entenda!

Por que a redução de impostos para a BYD é tão controversa?

A princípio, a BYD está pedindo ao governo brasileiro uma redução no Imposto de Importação sobre seus kits de veículos, que passaria de 20% para 10% nos híbridos e de 18% para 5% nos elétricos. A proposta, que é vista como uma maneira de facilitar a entrada de carros chineses no Brasil, gerou forte oposição das montadoras locais.

Carros chineses; BYD; impostos

Foto: Imagem gerada por IA

O principal argumento das montadoras já estabelecidas no Brasil é que a mudança pode comprometer os investimentos anunciados, como os R$ 60 bilhões previstos até 2030, além de 50 mil empregos que estão em jogo.

No entanto, a mudança nas regras no meio do jogo é vista como uma ameaça para a indústria nacional, que poderia ser transformada em uma plataforma de montagem, sacrificando empregos qualificados e o desenvolvimento tecnológico local.

Risco para a indústria automotiva brasileira?

Caso o governo aceite a redução do imposto, o efeito nas montadoras pode ser devastador. Além da perda de investimentos, as empresas de autopeças também seriam fortemente afetadas, uma vez que o sistema de montagem por kits (SKD) oferece pouca geração de empregos locais e não contribui significativamente para a economia nacional.

As montadoras afirmam que para cada emprego fechado em uma linha de montagem, outros dez empregos podem ser perdidos entre os fornecedores de autopeças e serviços.

Além disso, as previsões mais pessimistas apontam que o impacto da medida pode ser ainda maior, com o fechamento de até 50 mil postos de trabalho.

Como os carros chineses estão dominando o mercado no Brasil?

A crescente presença de carros chineses no mercado brasileiro é um reflexo de uma estratégia agressiva de preços e da guerra de preços no mercado chinês e no Sudeste Asiático. BYD e GWM são líderes dessa ofensiva, dominando o mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil.

Em números, os carros chineses já representam 5,4% dos emplacamentos totais no Brasil, ultrapassando marcas como Renault e Nissan. No segmento de elétricos, BYD e GWM dominam, com 45% do mercado de híbridos e mais de 80% do mercado de elétricos puros.

Isso é um reflexo do crescente interesse por carros mais baratos e sustentáveis, uma tendência que está mudando o panorama do setor no Brasil.

Veja na sequência: BYD faz críticas à Toyota, GM, Stellantis e Volkswagen: “Tecnologia velha”

Como a redução de impostos pode afetar as montadoras?

A principal crítica feita pelas montadoras é que a redução de impostos para os kits SKD criaria um desequilíbrio concorrencial.

Isso porque modelos montados a partir de kits enviados da China não geram valor agregado ao Brasil, como acontece com os modelos produzidos internamente, que envolvem tecnologia local, fornecedores nacionais e uma cadeia produtiva mais robusta.

Se o modelo de montagem por kits se consolidar, a indústria brasileira pode ser prejudicada, com o fechamento de fábricas e redução de empregos qualificados. Além disso, o Brasil pode se tornar uma “maquila” de baixo valor agregado, sem a capacidade de se desenvolver como uma potência tecnológica na produção de carros.

E você, o que pensa sobre a redução de impostos para os carros chineses? Comente abaixo!

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Kawane Licheski
Escrito por

Kawane Licheski

Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.

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