Reboque ou carretinha: saiba como utilizar corretamente no carro

Saiba quais as regras e cuidados ao dirigir quando utilizar um reboque ou carretinha, que pode transportar bagagens e até veículos

Nem sempre as malas e cargas que o motorista leva em sua viagem de férias cabem no carro. Neste caso, uma das saídas é recorrer a um reboque ou carretinha, algo frequentemente visto nas rodovias – o mesmo se aplica ao transporte de motos, terrestres ou aquáticas (conhecidas popularmente como ‘jet ski’). No entanto, esse tipo de veículo tem regras especiais que devem ser respeitadas. 

Desde o tamanho do reboque ou carrretinha até os equipamentos, como para-choque, luzes de freio, devem obedecer as normas previstas na legislação de trânsito, além de registro no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), como qualquer outro veículo. 

Saiba quais cuidados são necessários ao utilizar reboque ou carretinha

Carretinha deve ter registro no Detran e emplacamento, como em um veículo comum (Foto: Divulgação/Mitsubishi)

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) lista algumas dicas para ajudar quem pretende utilizar esse tipo de equipamento. Além disso, a autarquia alerta para os cuidados que devem ser tomados ao dirigir em rodovias devem ser redobrados.

Conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os reboques ou carretinhas devem vir equipados com vários itens de segurança, como: 

  • para-choque traseiro; 
  • protetores das rodas traseiras; 
  • lanternas de posição traseiras de cor vermelha; 
  • freios de estacionamento e de serviço; 
  • luzes de freio na cor vermelha; 
  • iluminação de placa traseira; 
  • lanternas indicadoras de direção traseiras; 
  • faixas refletivas fixadas nas laterais e na traseira do veículo nas cores vermelha e branca. 

Transportar esse tipo de equipamento fora das especificações exigidas é passível de multa de trânsito no valor de R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Em relação ao tamanho, o indicado é que o motorista considere as suas necessidades no momento da compra (pode ser para levar carga, quadriciclo, motocicleta, moto aquática ou bicicletas), para que não ultrapasse as laterais e que esteja devidamente amarrada para não comprometer a segurança de seu veículo e de quem vem atrás. 

Engate deve ser instalado no carro para conectar o reboque (Foto: Divulgação/DPK Autopeças)

A distribuição do peso também é importante para garantir estabilidade aos veículos. Em relação à extensão, de acordo com o CTB,  o estipulado é de até 2,6 metros de largura máxima e 4,4 metros de altura (a partir do solo). Outro detalhe é que só podem utilizar carretinhas veículos com capacidade máxima de tração com peso bruto de até 3.500 kg, conforme enfatiza Walter Nyakas Júnior, diretor de Operações da Artesp:

“Trafegar com uma carretinha acoplada ao veículo envolve a segurança também de quem vem atrás e ao lado, pois requer um pouco mais de habilidade e cuidados na pista. Para evitar contratempos, é importante seguir o que determina o CTB em relação a tamanho, peso e documentação, além de como conduzir este tipo de equipamento para garantir a segurança de todos que usam as rodovias paulistas.”

Confira dicas de como dirigir veículos com reboque

Reboques e carretinhas oferecem espaço extra para bagagens (Foto: Arquivo)

Além da atenção aos equipamentos de segurança obrigatórios, o ato de dirigir veículos engatados a reboques requer mais cuidados por parte dos motoristas – e também de quem vem atrás. Confira algumas dicas importantes oferecidas pelos especialistas da Artesp:

  • Ultrapassagem – É aconselhável evitar ultrapassagens em qualquer tipo de rodovia, mas principalmente nas estradas de mão dupla, pois o desempenho do motor é impactado pelo aumento do peso. O aumento no comprimento total do veículo – já que, além dele, há cerca de mais 3 metros da carretinha –aumenta o tempo de ultrapassagem, além de exigir distância maior para retorno à faixa original.
  • Curvas – Reduza a velocidade nas curvas e evite fazer movimentos bruscos no volante.
  • Estacionar/manobrar– O reboque ou carretinha não obedece aos mesmos comandos do volante do carro. Portanto, para estacionar ou manobrar o veículo, vire a direção para a direita para que o reboque vá para a esquerda. Fique sempre de olho no espelho retrovisor.
  • Motorista que vem atrás – Preste atenção especialmente nos movimentos da carreta em função do tamanho, carga (se está bem amarrada) e sinalização como setas e luzes de freio (que são obrigatórias).
  • Limite de velocidade – Ao contrário do que se pensa, um carro com reboque deixa de ser considerado um veículo leve e passa para a categoria de “veículo pesado”, e o limite de velocidade muda de acordo com a sinalização da via.
  • Distribuição de carga – A distribuição da carga transportada, com centro de gravidade mais baixo e peso distribuído – ou seja, com mais objetos em contato como o fundo da carretinha – ajuda a evitar a perda de controle do veículo.
  • Uso de corrente – É recomendável a utilização de corrente ligando o veículo à carretinha para garantir que não haja desprendimento da carga.

Reboque altera o centro de gravidade do veículo e exige mudança no estilo de condução (Foto: Divulgação/Ford)

Registro e documentação

O reboque ou carretinha deve ser registrado no Detran da cidade em que o usuário reside, para obter o Certificado de Registro de Veículo (CRV), que permite o emplacamento e Licenciamento do Veículo (CRLV).

O registro deve ser feito em até 30 dias após a emissão da nota fiscal. O pagamento de tributos como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a taxa de emplacamento também é obrigatório.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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