Quer comprar um carro elétrico? Entenda como funciona o carregamento

Mesmo antes do período da pandemia, os hábitos dos consumidores já estavam passando por transformações. As preocupações com o melhor custo benefício também foram impactadas pelas questões envolvendo a sustentabilidade e o impacto do consumo no meio ambiente. Regras sobre uso dos canudos em restaurantes e sacolas plásticas em supermercados são alguns exemplos.

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Uma tendência que já está tomando conta do mundo, tendo em vista hábitos mais carinhosos com o planeta, é a adoção de carros elétricos. Embora engatinhe no Brasil, trata-se de um nicho que tende a crescer, e rápido, em alguns anos. Com isso em mente, o Garagem360 e a NeoCharge, que oferece soluções de infraestrutura de recarga, selecionaram informações práticas e úteis antes de adquirir um modelo movido a eletricidade.

É importante ter em mente que, para esse tipo de consumo, nem sempre os tradicionais benefícios ou opcionais são relevantes. É importante entender o universo da mobilidade elétrica antes de adquirir o seu veículo.

A escolha de um modelo adequado requer comparação cuidadosa dos muitos carros disponíveis – com especial atenção para o carregador que fará a recarga da bateria. Felipe Martins, da NeoCharge, explica que existem vários tipos de tomadas (plugues e conectores) de carregamento de veículos elétricos para se familiarizar.

Corrente Alternada (CA) e Corrente Contínua (CC)
Em um primeiro momento, é importante entender que a eletricidade pode ser transmitida utilizando a corrente alternada (CA – corrente elétrica que varia o sentido ao longo do tempo) ou corrente contínua (CC – sentido da corrente permanece constante ao longo do tempo).

Ambos têm seus prós e contras. A CA é o tipo de corrente disponível na rede elétrica local. Por outro lado, a CC é a forma que diversos dispositivos eletrônicos funcionam e como as baterias armazenam energia.

“Tradicionalmente usamos energia em CA e CC, o que significa que temos que convertê-las de uma forma para outra, conforme necessário. A maior parte do recebimento de energia da rede local é por CA, que depois é convertida em CC para alimentar dispositivos eletrônicos e baterias”, aponta Martins. “Para fazer isso, utilizamos conversores, comumente chamados de inversores, carregadores de bateria ou adaptadores de energia.”

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Carregamento CA
O carregamento CA pode ser realizado basicamente de três formas: pela rede elétrica trifásica, bifásica ou monofásica. A bifásica ou monofásica em 220 volts é o tipo mais comum em residências e pequenos estabelecimentos comerciais. Nesta opção, o carregamento pode ser realizado nas potências de 3,7 kW com corrente de 16 amperes ou 7,4 kW com corrente de 32 amperes.

Já no caso da rede trifásica em 380 volts, que é mais comum em indústrias e grandes estabelecimentos comerciais, o carregamento pode ser realizado nas potências 11 kW com corrente de 16 amperes ou 22 kW com corrente de 32 amperes.

Antes de iniciar o carregamento, o ponto de recarga e o veículo elétrico se comunicam e verificam a potência do carregador e do inversor do VE. O carregamento sempre será realizado na menor potência, seja ela a do carregador ou a do VE.

O inversor do VE é o item responsável por converter a corrente CA em CC, já que as baterias funcionam em corrente contínua. A potência deste inversor é diferente entre os modelos de VE. Por isso é muito importante saber a potência limite do veículo elétrico. Nem sempre adquirir um carregador com maior potência é o mais adequado, uma vez que você poderá pagar mais caro por um produto que não irá entregar o que deseja, pois o inversor irá limitar

Carregamento CC
Carregadores de corrente contínua são a melhor solução para unidades de carregamento mais rápidas. Devido a sua alta eficiência, os carregadores de corrente contínua são geralmente utilizados em espaços públicos ou empresas, nos quais geralmente o usuário permanece menos tempo no local carregando seu veículo.

A principal diferença entre o carregamento CA e o CC é a forma como a energia é fornecida. Diferentemente dos carregadores CA, um carregador CC possui um inversor dentro do próprio carregador. Isso significa que ele pode fornecer energia diretamente à bateria do carro e não precisa do inversor do carro elétrico para convertê-lo. Dessa forma, os carregadores CC podem chegar a uma potência de 300 kW.

“O carregamento CC é recomendado para longas distâncias. A rápida recarga permite que os motoristas recarreguem em pouco tempo, em vez de conectarem o veículo por muitas horas para conseguir uma carga completa”, ressalta Martins.

Resumindo, para residências, comércios e empresas, o mais comum é utilizar carregadores em corrente alternada com potência máxima de até 22 kW. Os eletropostos ou estações de carga rápida são mais adequados para indústrias e postos de abastecimento.

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Erica Franco
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