Quando muita tecnologia em um carro pode não compensar? Fomos apurar
Carros estão cada vez mais caros e isso deve muito à alta tecnologia embarcada. Veja o que diz estudo sobre o excesso da tecnologia em carros
Com o passar do tempo os carros são lançados com mais tecnologia embarcada. Os níveis de segurança e conforto foram aprimorados, mas quando esses itens deixam de compensar? Veja o que diz o estudos sobre essa questão da tecnologia em carros.
Carros com mais tecnologia é tendência, mas nem sempre compensa
A cada nova atualização, os carros são lançados com mais tecnologia embarcada. Elas são desenvolvidas tanto para gerar mais conforto, bem como condução mais segura.
Porém, a cada novo equipamento apresentado, o conjunto como um todo fica mais caro, o que nem sempre compensa. Pelo menos é o que explica o estudo desenvolvido pela J.D Power.
Hoje, até mesmo os carros mais simples, considerados de entrada, contam com assistente de condução e itens de conectividade.
De acordo com a pesquisa, os novos recursos encarecem o produto final, mas nem todos são usados pelo consumidor. Dessa forma, ao invés de serem usadas como benefícios, elas acabam trazendo prejuízo, de certa forma.
Durante a análise, que aferiu a eficácia com que cada marca automotiva traz novas tecnologias para o mercado, mais de 110 mil proprietários foram ouvidos, no último ano, nos Estados Unidos.
De acordo com os resultados, a J.D Power informou que menos da metade dos proprietários usaram todas as tecnologias avançadas disponibilizadas nos veículos. Muitos inclusive, alegaram “não precisar da tecnologia”.
Conforme relatou a diretora executiva da empresa, Kristin Kolodge, “O preço de veículos novos está em seu maior patamar histórico, parcialmente como um resultado do nível crescente de conteúdo.
Isso seria ótimo se os proprietários estivessem se sentindo recompensados por isso, mas, para muitos deles, alguns recursos modernos parecem mais um desperdício.”
Ainda conforme apurado, as tecnologias mais eficazes e bem avaliadas pelos proprietários está a câmera de ré e o sistema de visão 360º.
Cenário brasileiro é um pouco diferente
Por aqui, as condições de compra não são muito diferentes do estudo. Os carros nacionais também estão cada vez mais caros. Além de questões como o aumento do dólar e altos tributos, o perfil do consumidor nacional também encarece os modelos.
Porém, de acordo com a nova pesquisa realizada pelo Webmotors Autoinsights, dos 5.480 entrevistados em âmbito nacional, 72% revelaram a intenção de investir mais por um carro que ofereça itens de conectividade a fim de ter mais comodidade e segurança.
“No passado, as pessoas que precisavam de um veículo, mas tinham um orçamento mais limitado, acabavam optando por adquirir um veículo mais básico, os chamados “carros de entrada”.
Com o avanço da tecnologia, percebemos uma mudança no perfil do consumidor. Hoje, o comprador entende que adquirir um carro com itens de conectividade pode se tornar um investimento com retorno na hora de vender esse veículo”, explica a CMO da Webmotors, Cris Rother.
Entre os itens apresentados durante o estudo, a central multimídia com espelhamento do celular tem a preferência de 61% dos brasileiros, seguida pelo sistema keyless para abertura das portas por aproximação, com 34%.
“Um zero-quilômetro básico hoje não sai da concessionária por menos de R$ 60 mil. Enquanto isso, um modelo usado em ótimo estado, com diversos itens que garantem a comodidade do motorista, acaba custando o mesmo preço”, compara Cris.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.