Projeto Samba quer criar carros populares por menos de R$ 20 mil

Desenvolver carros populares, com preços abaixo de R$ 20 mil, e que possam ser adaptados por qualquer montadora interessada. Essa é a proposta do projeto Samba, idealizado por Erasmo de Oliveira, professor de design automobilístico. “O objetivo não é criar uma nova marca ou novos modelos para concorrer em um mercado já saturado, mas sim que as empresas que atuam no País produzam uma linha mais barata de seus automóveis já existentes, por exemplo, Palio Samba, Onix Samba, Ka Samba, Gol Samba e por aí vai”, explica o especialista.

Para viabilizar a ideia, antes de mais nada. será preciso que o governo defina uma alíquota de impostos compatível com as encontradas em outros países. “Metade do preço final de um carro brasileiro é de impostos, contra 3% a 5% de média mundial”, afirma Oliveira.

Além disso, para baratear os custos, o professor defende que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) não exija que a linha Samba carregue acessórios como estepe, macaco, chave de roda e triângulo. Outra mudança seria a retirada dos bancos, cintos de segurança e revestimentos da parte traseira do veículo, deixando-a totalmente livre e possibilitando o transporte de carga.

“Estatisticamente, os carros levam apenas seu condutor na maior parte do tempo. Eliminando 50 quilos de cada um, estaremos tirando uma tonelada, o que é equivalente a um automóvel, das ruas, e garantindo menor consumo de combustível e menos poluição”, diz o idealizador do projeto.

Frota renovada

Com a criação de modelos com motor 1.3, mais leves, com tributação reduzida e que serão vendidos somente à vista, o objetivo também é reduzir nas ruas o número de unidades isentas do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – com mais de 20 anos de fabricação.  Com isso, as montadoras passarão a vender mais, já que em tese, os compradores darão preferência à compra de veículos novos ao invés dos usados.

Linha Samba também poderá ser aplicada em ônibus e caminhões | Foto: Divulgação

Outra característica do plano Samba é que os veículos vendidos serão obrigatoriamente vinculados à reciclagem ao final de sua vida útil, ajudando o meio ambiente e evitando o acumulo de carros sucateados espalhados pelas vias públicas. Por isso, seus benefícios só serão concedidos para as empresas que concordarem em colocar sua rede de concessionárias à disposição para receber automóveis sucateados e encaminhá-los à reciclagem.

Andamento do projeto

Apesar de já estar estruturado, o projeto continua no papel. “Ainda não recebemos apoio de montadoras automobilísticas, pois estamos em fase inicial de divulgação, e dependemos de amplo conhecimento e apoio popular”, relata Oliveira. Mas suas expectativas são altas, já que, se a iniciativa vingar, a ideia é que a linha Samba também seja aplicada em ônibus e caminhões.

Escrito por

Maria Beatriz Vaccari

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