Procura por instalação de tomadas para carros elétricos em prédios sobe 200%

Um problema tem se tornado recorrente em prédios antigos: a ausência de infraestrutura para a recarga, como tomadas para carros elétricos

Um problema tem se tornado recorrente em prédios antigos com o crescimento da frota de veículos elétricos: a ausência de infraestrutura para a recarga – como tomadas para carros elétricos. Com um crescimento de 24,7% nas vendas em 2022, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o mercado de eletrificados tem motivado condomínios e prédios com mais de cinco anos de construção a buscar uma solução para essa deficiência. 

Prova disso é o crescimento de 200% em projetos com essas características, de acordo com os dados da Rinno Energy, empresa especializada em consultoria e projetos para o setor de mobilidade eletrificada.

Prédios aceleram instalação de tomadas para carros elétricos

Falta de estrutura em condomínios pode gerar gargalo para popularização de elétricos e híbridos plug-in (Foto: Divulgação/Renault)

Para o CEO da Rinno Energy, Fabrizio Romanzini, a realidade já chegou às garagens dos empreendimentos mais antigos e deve impulsionar o crescimento do setor no curto e médio prazo: 

“Há algum tempo temos percebido o crescimento de administradores, gestores, moradores e síndicos por informações sobre a adaptação de empreendimentos mais antigos. Em 2012, por exemplo, nem imaginamos que estaríamos vivendo esse boom no Brasil. Parece pouco tempo, mas as medidas dos principais mercados automotivos como a Europa e Ásia aceleraram tudo.”

Na opinião de Romanzini, os compradores estão se dando conta da falta de estrutura dos condomínios. “Não basta comprar o carro e colocar em qualquer tomada para recarregar – é preciso entender a capacidade e demanda do prédio para, então, adaptar a estrutura existente para que atenda não apenas a demanda atual, mas também uma futura”, afirma.

O especialista explica que as características das estações de recarga (se privativas ou compartilhadas) e sua quantidade dependem das características do prédio. Mas o avanço tecnológico facilita a instalação nos prédios antigos. “Hoje temos carregadores mais seguros e econômicos com um baixo custo de manutenção e fácil uso. Isso tudo facilita a adaptação dos condomínios mais antigos”, aponta.

Os indicadores de crescimento de mercado dos veículos elétricos torna a infraestrutura de recarga uma necessidade urgente, a qual os condomínios não poderão ignorar.

Segmento de veículos eletrificados cresceu quase 25% em 2022, segundo a ABVE (Foto: Divulgação/Nissan)

São Paulo ganha o maior projeto de adaptação do Brasil

Um empreendimento na cidade de São Paulo, localizado na rua Fabia, na Vila Romana, tornou-se recentemente o maior projeto de adaptação de um condomínio com mais de dez anos. Com 12 anos desde a sua entrega e 120 apartamentos, os condôminos do empreendimento optaram por uma solução que atende individualmente cada unidade.

O projeto, desenvolvido pela Rinno Energy, foi pensado em etapas e, hoje, já conta com carregadores em funcionamento. “Por ser a maior obra desse tipo já realizada no Brasil, optamos pela entrega em etapas. Depois de realizar a análise técnica, desenvolver o projeto e aprovar com os moradores, conseguimos iniciar as primeiras instalações. Ou seja, quem quiser e precisar já pode usufruir de uma estação de recarga para veículos elétricos de forma individualizada”, afirma Romanzini.

O executivo destaca que o projeto foi possível sem a necessidade de um investimento financeiro muito elevado, focando na melhor solução custo-benefício para os moradores. “Trabalhamos em cima de uma ideia de projeto escalonável para atender primeiro quem já tinha a necessidade – para depois, progressivamente, disponibilizar uma estação para cada um dos 120 apartamentos. O principal desafio nestes projetos costuma ser conciliar a demanda dos condôminos com a velocidade possível para aquele projeto.”

O CEO da Rinno Energy cita uma previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para traçar suas expectativas para o futuro do segmento. “A expectativa é que a frota nacional de veículos elétricos represente 62% de todos os veículos em circulação no País até 2035. Acredito que tenhamos outros projetos ainda maiores em 2023”, completa.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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