Problemas da Volkswagen estão longe de acabar, diz CEO da montadora

Volkswagen em crise? O CEO da montadora alerta que os problemas persistem, com reestruturação drástica, queda de vendas na China e impacto bilionário das tarifas de Trump. Entenda a luta da VW para se adaptar ao novo cenário.

Volkswagen, gigante automotiva global, está enfrentando uma tempestade perfeita, e seu CEO, Arno Antlitz, deixou claro: os problemas estão longe de acabar. Em um comunicado contundente, Antlitz afirmou que o ambicioso programa de reestruturação da empresa, negociado arduamente com os sindicatos, precisa ser implementado de forma integral. Qualquer flexibilização pode levar ao fracasso, evidenciando a urgência da situação.

Problemas da Volkswagen não acabaram, diz CEO da montadora

Um dos movimentos mais drásticos da VW foi a redução pela metade de sua capacidade de produção na Alemanha. A decisão reflete uma dura realidade: a estrutura de custos no país não é mais competitiva o suficiente para um mercado europeu saturado, que agora enfrenta uma concorrência feroz vinda da Ásia.

Isso acontece em um momento crítico, onde o grupo precisa canalizar investimentos maciços para sua nova linha de veículos elétricos.

As dificuldades não param por aí. A queda nas vendas na China, onde fabricantes locais ganharam uma vantagem significativa, e a surpresa desagradável das tarifas americanas são outros fardos pesados. Juntos, esses fatores levaram a uma queda de um terço no lucro operacional da montadora em comparação com o mesmo período do ano passado.

Somente as tarifas impostas pelos EUA custaram à Volkswagen € 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 8 bilhões) nos primeiros seis meses de 2025, uma quantia substancial que coloca pressão sobre a empresa e seus esforços de negociação comercial.

Problemas da Volkswagen estão longe de acabar - Foto: Divulgação
Problemas da Volkswagen estão longe de acabar – Foto: Divulgação

Apesar do cenário desafiador, existem alguns pontos de luz. O sucesso da linha elétrica da VW tem sido um alento, com pedidos em forte alta. Esse desempenho é impulsionado, em parte, por uma queda no entusiasmo do consumidor pela Tesla.

Além disso, o crescimento das vendas na América do Sul também contribui positivamente. Esses dois fatores, no entanto, apenas explicam a estagnação das entregas de veículos em relação ao ano anterior, sem reverter a tendência geral de queda.

Lucro operacional despecou

A situação financeira global da Volkswagen continua crítica. O segmento automotivo viu seu lucro operacional despencar 41%, sendo penalizado pelas categorias de luxo, como Porsche e Audi. A mesma tendência negativa foi observada no segmento de caminhões, que, junto com o setor automotivo, responde por dois terços do lucro operacional consolidado do grupo.

Embora a Volkswagen pareça subvalorizada – considerando suas diversas divisões (automotiva, financeira, Traton, Porsche, participação na Rivian, joint ventures na China, etc.) – sua valorização atual parece estar atrelada principalmente ao rendimento de seus dividendos. Com um rendimento de 6,3%, a empresa ainda oferece um atrativo em relação aos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos, que atualmente rendem 4,4%.

Contudo, a incerteza paira sobre o futuro. A Volkswagen já indicou que seus resultados ficarão na extremidade inferior das projeções caso as tarifas permaneçam inalteradas pelo resto do ano. Em um cenário mais otimista, com uma taxa reduzida para 10%, os resultados poderiam chegar à extremidade superior.

 “Há grande incerteza sobre futuros desenvolvimentos em relação às tarifas, seu impacto e quaisquer efeitos recíprocos”, declarou a montadora em seu comunicado trimestral. A luta da Volkswagen para se reestruturar e se adaptar a um mercado global em constante mudança está apenas começando.

Você acredita que a Volkswagen conseguirá superar esses desafios e se reinventar no mercado automotivo global? 

Leia também: Volkswagen amarga prejuízo de mais de R$ 8 bilhões

 

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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