Preços dos combustíveis: assalto no posto? Veja o que diz especialista
Com os altos preços dos combustíveis praticados hoje, a sensação de estar sendo assaltado quando você para no posto é legítima, defende Daniel Schnaider
Com os altos preços dos combustíveis praticado pela Petrobrás, a sensação de estar sendo assaltado quando você para no posto é legítima. É o que defende Daniel Schnaider, CEO da Pointer by Powerfleet Brasil – que falou para o Garagem360. Veja.
“Cada vez que paro em um posto de gasolina eu me pergunto se vou precisar vender um rim da próxima vez“
“Eles nem falam ‘mãos para cima’, cada vez que paro em um posto de gasolina eu me pergunto se vou precisar vender um rim da próxima vez”, afirma o executivo, que chefia a empresa líder mundial em soluções de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) para redução de custo, prevenção de acidentes e roubos em frotas.
“Como trabalho diretamente com logística, penso em meus clientes, afinal, o valor médio do diesel subiu 40% no último ano. Que facada!”, reclama Schnaider.
O diesel vem sendo comercializado, em média, por R$ 5,623. Scnaider apresenta um cálculo de custos para uma frota imaginária de 5 mil veículos.
Nesse caso, o valor gasto para cada litro de diesel seria de R$ 28.115 para todos os caminhões. Considerando que o modelo de caminhão mais econômico gasta 3,75 km/l e imaginado um percurso de 100 km para cada um deles, o frotista gastará por dia pelo menos R$1,875 milhão.
“Pois é, chutando por baixo, pois qualquer frota não será composta apenas pelo modelo mais econômico”, afirma.
Falando em preços, veja também: Diferenças de valores dos mesmos carros no Brasil e na Argentina
” Preços dos combustíveis é dinheiro que poderia ser investido para melhorar a cultura organizacional “
Schnaider defende que o sobrepreço dos combustíveis representa um dinheiro que poderia ser investido para melhorar a cultura organizacional, profissionalizar motoristas, investir em marketing, mas “está sendo queimado no motor de um caminhão qualquer”.
“Muito se fala em IoT, mas pouco se tem a dimensão de onde ela pode chegar, de dar aquele alívio no bolso do setor de logística frente à exploração que sofremos nos postos de gasolina”, defende o executivo. “Consequentemente, no bolso do consumidor final, pois você acha que quem paga essa conta?”, pergunta.
Schneider indica que redução de custo tem muitos pilares, como a direção do motorista – ações que podem gastar mais gasolina que o comum; as rotas – que podem ser mais curtas, mas se tiver mais subida irá gastar mais gasolina; e até gasolina adulterada, que pode acabar mais rápido e, de quebra, ainda prejudicar o motor.
“A IoT é capaz de identificar tudo isso e mandar alertas para as correções”, diz. Ele relata uma experiência recente da Pointer by Powerfleet Brasil com um cliente, visando à redução dos custos de transporte. Trabalhando com a IoT, eles obtiveram uma redução de 26% nos gastos com combustível.
Na conta feita para aquela frota imaginária, os R$ 1,875 milhões se transformariam em R$ 1,387 milhões, o que significa uma economia de R$ 488 mil em combustível. “No mundo real, pode multiplicar por muitos mais quilômetros – essa conta, por si só, comprova a necessidade do uso da tecnologia”, defende Schneider.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.