Porto Alegre sofre com nova crise após enchente
Porto Alegre sofre com nova crise após enchente: os caros abandonados se tornaram um problema de saúde pública na capital gaúcha
Seis meses após as devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande Sul, uma nova crise pós enchente continua assombrando a capital Porto Alegre e outras cidades do estado: os carros abandonados.
Além dos danos materiais causados pelas águas, esses automóveis descartados representam uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo uma ação urgente das autoridades.
Nova crise pós enchente – os carros abandonados em Porto Alegre
Os carros abandonados, muitos deles, irrecuperáveis após a inundação, estão espalhados por diversos bairros da capital gaúcha até hoje. A situação é tão grave que algumas ruas se transformaram em verdadeiros lixões a céu aberto.
A pior consequência é o risco à saúde pública. O cenário é de proliferação de mosquitos transmissores da dengue, presença de roedores causadores da leptospirose e possibilidade de acidentes com materiais cortantes ou contaminados.
“Além dos acidentes menores com crianças curiosas brincando, há o risco de proliferação de aranhas e roedores, com picadas por animais venenosos ou que tragam doenças como a leptospirose”, disse a infectologista do Hospital Humaniza do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Mickaela Fischer ao Jornal Correio do Povo.
Esses veículos abandonados ainda podem liberar substâncias tóxicas, como óleos e combustíveis, que contaminam o solo e os lençóis freáticos, prejudicando a fauna e flora local.
Além disso, o vazamento de líquidos e a decomposição de materiais podem contaminar o solo e a água.
Por fim, mas não menos importante, tem-se a questão estética e social. A presença de carros abandonados deteriora a paisagem urbana, reduzindo a qualidade de vida dos moradores e gerando um sentimento de abandono por parte das autoridades.
Responsabilidade das Autoridades
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) é a responsável por fiscalizar e remover os veículos abandonados das vias públicas. No entanto, o processo de remoção tem sido lento e burocrático, o que agrava a situação.
A EPTC informa que está realizando um constante dos veículos abandonados e que está entrando em contato com os proprietários para que eles providenciem sua remoção.
Entretanto, muitos desses proprietários não foram encontrados ou não têm condições financeiras de arcar com os custos de remoção.
Segundo a EPTC, até a última quarta-feira (13), 80 processos foram abertos, mas 26 não haviam sido concluídos já que ainda estavam aguardando os proprietários.
Sem solução, a população sofre com os carros abandonados e o poder público não oferece uma alternativa para ajudar os proprietários. Estes sofrem dobrado, sem o bem perdido na enchente e sem o auxílio público.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.