Por que os carros usados estão tão caros no Brasil? Fomos entender

O mercado automotivo brasileiro viu em 2021 o preço dos veículos dispararem. No entanto, engana-se quem acredita que a ação se restringiu aos 0 km. Os automóveis usados e seminovos também valorizaram no último ano. Entenda os motivos dos carros usados estarem tão caros no Brasil.

Veja porque os carros usados estão mais caros no Brasil (Foto: Fenabrave)

Afinal, quais os motivos para os carros usados estarem tão caros no Brasil?

Os carros usados, assim como os zero km ficaram mais caros no último ano, o que dificultou a compra de um novo modelo por quem estava se planejando. No entanto, mesmo com a valorização, o segmento conseguiu fechar o ano positivo.

De acordo, com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores – FENAUTO, entidade que representa o setor de lojistas multimarcas de veículos seminovos e usados, em 2021, o total de carros comercializados foi de 15.106.724 unidades, resultado 17,8% superior ao verificado em 2020.

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Comparando-se o resultado de 2021 com o de 2019, ano sem pandemia, o setor obteve um resultado positivo de 3,5%. Somente no mês de dezembro do último ano foram comercializados 1.201.600 veículos, contra 1.165.436, em novembro, resultado 3,1% positivo superior.

Foto: Finances

Usados ficaram até 24% mais caros em 2021

De acordo com o Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil, em 2021, os carros com até três anos de uso ficaram 17,22% mais caros, sendo que os carros de 2018 sofreram a maior variação: 21,14%.

Porém, o maior aumento foi registrado entre os modelos de quatro a 10 anos de uso, que ficaram em média, 22,46% mais caros. Entre eles, os veículos de 2011 foram os que mais encareceram, cerca de 24,26%.

Usados ficaram até 24% mais caros (Foto: Fenabrave)

Por que os carros usados encareceram

O setor de seminovos e usados registrou elevação no preço como consequência do mercado de 0 km. As fábricas em 2021 foram impactadas com a escassez de componentes automotivos, o que atrasou a produção de veículos. Com pouco estoque e demanda em alta, os preços aumentaram.

No entanto, nem todo interessado em comprar um carro estava disposto a pagar a mais por um modelo e ainda ter que esperar uma longa fila de espera, que passava dos três meses, de acordo com o modelo.

Dessa forma, a saída foi optar por veículos no mercado de usados, que além da demanda normal do setor, supriu a necessidade da falta dos zero quilômetro.

E nesse caso, novamente entrou a lei da oferta e procura, com a demanda em alta, os preços subiram.

Como o mercado de veículos novos foi bastante impactado pela crise global de abastecimento de componentes, provocando queda nos estoques das Concessionárias, muitos consumidores buscaram opções entre os seminovos e usados”, explica Presidente da FENABRAVE, José Maurício Andreta Júnior.

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As expectativas para 2022

No entanto, com a virada do ano, o setor já começou a registrar novas retrações, muito por conta do IPVA, o Imposto sobre Propriedade de Veiculo Automotor, que ficou mais caro esse ano.

De acordo com Andreta, a tendência é que o setor sinta leves retrações com o passar dos meses após a normalização do mercado de veículos novos.

“Conforme o mercado de veículos novos vai se normalizando, a tendência é a comercialização de usados retrair um pouco”.

Ainda de acordo com a Fenabrave, em janeiro, o segmento já registrou queda de 29,9%, no comparativo com dezembro de 2021. No primeiro mês do ano foram vendidos 842.118 carros usados, contra 1.202.600 em dezembro.

Tendência é que o setor retraia em 2022 (Foto: Fenauto)

Com informações: Fenauto, Fenabrave e KBB

Nicole SantanaJornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.
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