Polícia desmantela rede criminosa que usava IA para difamar montadoras chinesas
Polícia chinesa prende 12 pessoas e bloqueia 8 mil contas que usavam IA para criar fake news contra Xiaomi e Huawei. Entenda como funcionava a rede de difamação automotiva.
A polícia de Yantai, na China, encerrou nesta semana uma investigação de quatro meses que revelou uma sofisticada operação industrializada de difamação online. O grupo é acusado de produzir e disseminar em massa conteúdos falsos e prejudiciais contra gigantes do setor de veículos de nova energia (NEVs), como Xiaomi, Huawei (via aliança Harmony) e Li Auto.
Polícia desmantela rede criminosa que usava IA para difamar montadoras chinesas
A operação resultou na prisão de 12 suspeitos, na apreensão de mais de 1 milhão de yuans (cerca de R$ 700 mil) e no bloqueio de 8 mil contas online que funcionavam como “grupos de influência pagos”.

Diferente de críticas genuínas de consumidores, a investigação policial comprovou que o conteúdo era gerado de forma coordenada e artificial. O esquema utilizava as seguintes estratégias:
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Uso de Inteligência Artificial: Ferramentas de IA eram usadas para criar em massa artigos e vídeos de baixa qualidade, baseados em palavras-chave para atrair tráfego e gerar receita publicitária.
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Falsas Identidades: O grupo inventava perfis de proprietários e cenários de uso inexistentes para relatar problemas mecânicos e experiências negativas falsas.
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Amplificação Industrial: Um único incidente isolado era exagerado, reescrito e replicado milhares de vezes para dar a impressão de um defeito generalizado nos veículos.

A Investigação em Números
Para desmantelar a rede, as autoridades chinesas realizaram uma varredura profunda no ecossistema digital:
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80.000 informações online analisadas.
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100.000 registros de transações financeiras examinados.
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3.000 artigos negativos rastreados até contas com atividades anormais.
Reação das Montadoras
As denúncias começaram em julho de 2025, após as empresas notarem um surto de ataques que afetavam sua reputação e operações comerciais. Em nota, o departamento jurídico da Li Auto confirmou que os ataques incluíram fabricação de dados sobre operações comerciais e alegações falsas sobre a qualidade de seus produtos, além de violação de dados pessoais.
A polícia de Yantai reiterou que as medidas foram tomadas para preservar a ordem do mercado e proteger as empresas de atividades que perturbam a economia sob o pretexto de liberdade de expressão.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.