Polêmica ou salvação? Exame toxicológico já barrou 300 mil motoristas drogados, segundo dados
Pesquisa mostra que 83% dos brasileiros apoiam o exame. Medida reduziu acidentes com caminhões em 34%. Veja números
Desde que se tornou obrigatório para motoristas profissionais (categorias C, D e E) em 2016, o exame toxicológico de larga janela deixou de ser apenas uma burocracia para se tornar uma das ferramentas mais eficazes de preservação da vida nas estradas brasileiras. E agora, ele passa a ser obrigatório também para quem for tirar a CNH A e B.
Acompanhe o Garagem360 e entenda a importância do exame!
Exame toxicológico já barrou 300 mil motoristas
Polêmico desde sua aprovação, o exame toxicológico agora também será obrigatório para quem for tirar a habilitação nas categorias A e B (moto e carro). Porém, a grande maioria da sociedade aprova a realização do exame.
Uma pesquisa recente do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), realizada em fevereiro deste ano, revelou que a medida tem aprovação popular massiva: 83% dos brasileiros apoiam a obrigatoriedade do teste para quem vive do volante.
Mas por que essa medida é tão defendida? A resposta está nos números, que revelam uma realidade assustadora sobre o consumo de substâncias ilícitas no trânsito. Dados da ABTox (Associação Brasileira de Toxicologia) mostram que desde a implementação da lei, cerca de 300 mil motoristas profissionais testaram positivo para substâncias psicoativas em exames confirmatórios.
Isso significa que, graças à exigência do teste para renovação ou obtenção da CNH, trezentas mil pessoas foram impedidas de conduzir veículos pesados (como carretas e ônibus) sob efeito de drogas, evitando potenciais tragédias de grandes proporções.
Veja também Novo projeto torna exame toxicológico obrigatório para quem tirar 1ª CNH nas categorias A e B: saiba mais
Impacto na redução de acidentes
A eficácia do exame não é teórica, ela é visível nas estatísticas de sinistralidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao comparar o período pré e pós-obrigatoriedade (2015 a 2017), a redução de acidentes foi drástica:
- Queda de 34% nos acidentes envolvendo caminhões;
- Queda de 45% nos acidentes com ônibus;
- Redução de 54% nos sinistros gerais em rodovias interestaduais.
Exame toxicológico vai ser obrigatório para CNH de moto e carro?
Com o sucesso nas categorias profissionais, ganha força a discussão sobre estender a obrigatoriedade para a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros).
O cenário mundial preocupa: o World Drug Report do UNODC (Escritório da ONU sobre Drogas e Crime) aponta um aumento global no uso de drogas sintéticas entre jovens. Paralelamente, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) alerta que acidentes de trânsito já estão entre as três principais causas de morte de jovens entre 14 e 29 anos.
Um levantamento do portal Estradas, cruzando dados da Fiocruz e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, projeta um cenário preventivo:
Se o exame fosse exigido hoje para a primeira CNH, estima-se que entre 390 mil e 870 mil usuários de drogas seriam impedidos de obter a habilitação, bloqueando o risco antes mesmo dele chegar às ruas.
Como funciona o teste?
Diferente do “bafômetro” ou exames de urina (que detectam uso recente de dias ou horas), o exame toxicológico exigido é o capilar (cabelo ou pelos). Ele possui uma janela de detecção de 90 a 180 dias (6 meses).
Isso é crucial porque não pega apenas quem usou droga “ontem”, mas identifica padrões de consumo habitual. É essa rotina de uso que torna o motorista um risco constante.
Chance de Recuperação
Vale lembrar que a medida também tem caráter social. Segundo o SOS Estradas, entre 2016 e 2019, mais de 28 mil motoristas que testaram positivo buscaram tratamento, se recuperaram e, após novos exames com laudo negativo, puderam voltar ao mercado de trabalho de forma segura.
Você concorda que o exame toxicológico deveria ser obrigatório também para quem tira carteira de carro e moto (A e B) ou acha que deve ser restrito apenas aos profissionais? Comente abaixo!
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fiz da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.

