Pesquisa aponta que carros elétricos podem representar 77% das vendas em 2024
Pesquisa divulgada nesta semana aponta que o segmento de carros eletricos pode chegar a 77% das vendas automotivas já em 2024.
Impulsionado por cada vez uma maior variedade de modelos, incentivos governamentais e expansão de infraestrutura, o mercado de carros elétricos tem registrado um constante crescimento ao redor do mundo.
Hoje, o segmento já representa 13% das vendas globais de veículos leves. Pesquisa divulgada nesta semana aponta que esse segmento pode chegar a 77% das vendas automotivas já em 2024.
Confira os dados da pesquisa sobre a tendência de mercado dos carros elétricos
Levantamento da consultoria Bain & Company mostra que o ritmo de crescimento deu segmento será muito mais acelerado do que foi até aqui. Até 2025, o volume comercializado subirá apenas um ponto percentual. Mas, depois disso, o aumento será exponencial.
Em 2030, a previsão é de que os carros elétricos representarão 35% das vendas, número que saltará para 61% em 2035 e 77% em 2040. Esse é o cenário mais provável, segundo a Bain, mas o crescimento pode ser ainda maior, dependendo do avanço das regulações, da tecnologia das baterias e da estratégia de produção das montadoras.
O estudo da Bain antecipa alguns pontos de inflexão que passarão a ocorrer entre 2024 e 2025, como maior aceitação pelos consumidores, ampliação da oferta de modelos, a redução global do preço da bateria e o desenvolvimento da infraestrutura de carregamento rápido, com manuseio amigável e melhor estrutura de custos.
Entre 2025 e 2030, a Bain projeta ainda que seja atingida paridade de preços entre veículos elétricos e os à combustão na maior parte dos mercados e dos segmentos.
Ritmo de adoção dos carros elétricos é menor na América Latina
De acordo com a análise da Bain, a projeção para a América Latina é muito menos otimista. No Brasil, embora represente um crescimento de 197% nos últimos anos, o volume foi de apenas 8.458 veículos elétricos comercializados em 2022, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
De acordo com a Bain, esse cenário ocorre pela oferta limitada de incentivos ou subsídios e pelas próprias características desses países, com matrizes energéticas “verdes”, o que diminui a pressão pela descarbonização no transporte.
No caso do Brasil, a dimensão continental impacta a sua adoção, tanto pelas longas distâncias quanto pela limitação da infraestrutura de carregamento. O preço de aqisição é, segundo a consultoria, outro desafio a ser superado, uma vez que os veículos elétricos possuem um valor mais elevado.
“A nossa visão é que, no Brasil, os veículos híbridos terão um protagonismo no mercado e um papel fundamental para a transição entre as tecnologias. Avaliamos que o País tem a oportunidade de se estabelecer como um centro de desenvolvimento de tecnologia híbrida ou de combustão de baixo carbono, sendo um fornecedor para regiões onde os veículos elétricos não terão uma curva de adoção muito rápida”, explica Carlos Libera, sócio da Bain & Company.
A pesquisa listou quatro desafios para o Brasil:
- Acelerar os incentivos para veículos elétricos, de forma a alcançar a escala mínima nos mercados – com maior coordenação entre países;
- Alcançar competitividade fiscal, trabalhista e logística diante da forte concorrência com o México;
- Desenvolver a cadeia de abastecimento para o futuro – incluindo conectividade e tecnologia de digitalização, motores para veículos elétricos, etc;
- Adaptar-se às rápidas mudanças ao longo de toda a cadeia, como tecnologias na produção, digitalização, vendas multicanais e novas formas de mobilidade.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.