Patente da Toyota sugere revolução: Motorista pode ser pago para compartilhar dados do carro

Toyota patenteia sistema que pode pagar motoristas por dados de seus carros. A proposta visa mais transparência e compensação por informações úteis para o treino de I.A.

A coleta de dados por veículos modernos deixou de ser novidade, mas a falta de clareza sobre como essas informações são usadas tem gerado crescente desconfiança entre os motoristas. Após a polêmica recente envolvendo a General Motors, que interrompeu a venda de dados sob pressão regulatória nos EUA, uma nova abordagem, mais amigável e ética, surge no horizonte.

Motorista pode ser pago para compartilhar dados do carro

Toyota registrou uma nova patente que pode redefinir a relação entre montadoras e clientes: o motorista receberia uma indenização pelo compartilhamento de dados do seu veículo.

A proposta da montadora japonesa é simples e envolve uma estrutura automatizada de avaliação:

  1. Envio de Dados: O carro envia informações capturadas durante a condução aos servidores da Toyota.
  2. Avaliação: Os servidores comparam os dados com uma “tabela de preços” previamente definida pela montadora.
  3. Compensação: Se a informação for considerada útil — para aprimorar sistemas de segurança ou condução autônoma — o motorista recebe um valor proporcional à importância desse dado.
  4. Descarte: Caso contrário, os dados são descartados e nenhuma compensação é feita.
 Motorista pode ser pago para compartilhar dados do carro – Foto: Divulgação

Segundo a documentação da patente, o principal objetivo da Toyota é utilizar essas informações para treinar modelos de Inteligência Artificial, melhorando funcionalidades críticas como frenagem automática, leitura de obstáculos e direção assistida.

A montadora alega que apenas dados reais, capturados em situações específicas e imprevisíveis, são eficazes para esse treinamento. Entre os exemplos citados estão:

  • A gravação de um javali atravessando uma estrada em área montanhosa.
  • O registro da passagem por um buraco nos EUA, mesmo que por um segundo.
  • Registros de objetos caídos em vias secundárias ou guinchos.

O foco é captar situações que os sistemas atuais não processam bem, mas que um motorista humano detecta com facilidade.

Transparência e Aceitação

O que realmente diferencia a proposta da Toyota é a transparência e o controle do motorista. O sistema exige que o condutor aceite explicitamente o envio dos dados, podendo ativar ou desativar a função a qualquer momento, inclusive antes de cada viagem. Essa clareza pode ser o diferencial para tornar a coleta de dados mais ética e aceitável, resolvendo o problema de desconfiança que hoje afeta o setor.

Embora não mencione valores, a Toyota reconhece o potencial econômico do setor. Um estudo de 2021 estimou que o mercado de dados automotivos pode movimentar até US$ 400 bilhões por ano até 2030. Compartilhar parte desse lucro pode ser uma estratégia para mitigar críticas e evitar novas intervenções regulatórias.

Se implementada, essa patente pode inaugurar um novo e mais justo modelo de relacionamento na indústria automotiva.

Leia aqui: Toyota confirma novo motor V8 híbrido Biturbo para futuros carros esportivos

O que você pensa sobre a proposta da Toyota de pagar pelo seus dados de condução? Você ativaria essa função no seu carro? Deixe sua opinião sobre essa revolução na privacidade automotiva!

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Entrar no canal do Whatsapp Entrar no canal do Whatsapp
Robson Quirino
Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.