A General Motors (GM) iniciou na manhã da segunda-feira (12) a suspensão do trabalho para todos os funcionários de sua unidade produtiva localizada em São José dos Campos, no interior paulista. Segundo a montadora, a paralisação de fábrica tem o objetivo de “adequar a produção à realidade do mercado”.
Paralisação de fábrica da GM afeta trabalhadores e modelos da marca Chevrolet
A paralisação já havia sido comunicada ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (Sindimetal SJC) no último dia 1º e vai atingir principalmente a produção da picape Chevrolet S10 e do SUV Chevrolet Trailbrlazer, além dos motores dos modelos Onix Joy e Prisma Joy.
Os cerca de 4 mil trabalhadores da fábrica foram colocados em regime de “dayoff, que é quando os trabalhadores ficam em casa, durante um período determinado pela empresa, recebendo os salários e normalmente e depois têm de compensar – diferentemente do “layoff”, quando ocorre a suspensão do contrato de trabalho.
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Segundo a GM, a suspensão dos trabalhos vai do 12 ao 23 de junho. Esta é a primeira paralisação total na unidade desde a pandemia. Além do “dayoff” geral de 10 dias, a montadora anunciou que deve aplicar férias coletivas para os funcionários do setor de transmissão – isso deve ocorrer entre os dias 19 e 28 de junho.
Segundo o sindicato, a GM afirmou que a paralisação acontece devido à ‘queda na produção’. Nas contas dos sindicalistas, cerca de 3 mil picapes S10 e 280 SUVs Trailblazer deixarão de ser produzidos no período.
“É claro que a extensão da parada traz preocupação para o sindicato. Por isso mesmo, estamos prontos para lutar em defesa dos empregos. Os trabalhadores já votaram, em assembleias no dia 1º, que não aceitarão qualquer medida que represente demissões ou redução nos direitos”, afirma o vice-presidente do Sindimetal SJC, Valmir Mariano.
Problema recorrente
As paralisações de fábrica por montadoras de carros e caminhões têm sido um problema recorrente no País desde o ano passado, primeiro pela falta de componentes – principalmente devido à crise dos semicondutores (microchips), que vem desde o tempo da pandemia de Covid-19 – e, a partir deste ano, pela redução expressiva da demanda por veículos 0km, que tem sido afetada pelo alto custo dos financiamentos, devido às elevadas taxas de juros.
Praticamente todas as fábricas automotivas instaladas em território brasileiro sofreram pelo menos uma paralisação nesse período.
