De Kombis a Ferrari 550 Maranello: conheça a loja que revende clássicos no meio de São Paulo
Próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, o galpão da Universo Marx exibe seus clássicos para quem quiser ver.
Próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, o galpão da Universo Marx exibe seus clássicos para quem quiser ver. Em uma região que é repleta de lojas de veículos luxuosos, o estabelecimento se destaca pela decoração vintage, composta por posters de Ayrton Senna e outros pilotos, além de acessórios e brinquedos antigos.
Proprietário do local, Maurício – ou Mau – Marx não só comercializa os clássicos, como também mantém sua própria coleção. “Essa história começou com meu avô, que mesmo nos anos 50 já andava com carros antigos. A paixão passou para meu pai, que pegou gosto e começou a comprar os veículos”, explica Mau, que herdou não só a paixão, mas os veículos deixados por seu pai.
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Embora se dedique totalmente à loja nos dias atuais, o empresário e colecionador percorreu uma longa trajetória até abrir a Universo Marx. “Estudei filosofia e direito. Até que chegou um dia que pensei se era possível largar tudo e me dedicar somente aos carros. Não demorei muito para achar a resposta”, conta.
E-mail: maumarx@universomarx.com
Site: www.universomarx.com.br
Mau decidiu abrir um espaço para vendas de carros no próprio galpão onde mantém sua coleção, em Cotia. Após alguns meses comercializando veículos clássicos, um amigo decidiu entrar no ramo e pediu sua ajuda. Juntos, abriram a primeira loja em Moema, na capital paulista. Depois de oito meses de operação, o sócio deixou Maurício sozinho com o negócio. Ele, então, mudou novamente de endereço, onde ficou cerca de um ano e meio e há poucos meses está no endereço atual. Hoje, sua irmã o ajuda na administração.
À venda
Todos os veículos que estão no showroom podem ser comprados pelos clientes. A variedade é grande; existem alguns exemplares de Kombis, um raro Jaguar E-Type e até uma Ferrari 550 Maranello. “Eu só não vendo os carros que utilizo no meu dia-a-dia, por isso deixo eles em um cantinho separado, para ninguém tentar comprá-los”, declara Mau. “Costuma-se dizer que tudo tem um preço. Porém, alguns veículos da coleção eu não vendo, por isso nem ficam aqui. Não tem como vender o carro que meu avô usou no dia do seu casamento. Nem o que minha irmã aprendeu a dirigir. Esses não tem preço.”
Na hora da venda, Maurício procura ser extremamente transparente com o comprador, principalmente sobre os cuidados especiais que os clássicos necessitam. “Procuro alertar sobre as limitações, como por exemplo a do sistema de freio. Não é que seja ruim, mas um carro antigo é completamente diferente de um moderno”, conta. “E eventualmente vai dar problema, principalmente por conta da idade. Então procuro alertar sobre tudo isso, para que o cliente possa curtir o carro e depois volte aqui para tomar uma cerveja com a gente.”
Embora a Ferrari 550 Maranello e o New Beetle sejam carros modernos, o proprietário esclarece que é muito criterioso na hora de aceitar vender um veículo. “Eles são mais novos, mas são raros, podem ser futuros clássicos. Se alguém aparecer aqui com um Subaru Impreza, por exemplo, eu não pego. Mas no caso desse Volkswagen, poucos vieram para o Brasil, então acabo aceitando”, afirma.
Aos sábados alguns eventos são organizados no local, onde clientes antigos e novos interessados se unem para conversar, tomar uma cerveja e admirar os veículos. “Nisso muitos negócios são fechados, fora que os proprietários mais experientes acabam orientando quem deseja entrar nesse mundo. Isso é bom porque a pessoa descobre qual o melhor caminho para iniciar”, finaliza Maurício Marx.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.