Países incentivam compra de automóveis 100% elétricos

China, França e Alemanha oferecem subsídios para ajudar no pagamento

Práticos, com custos mais baixos, ecológicos e menos ruidosos. Essas são apenas algumas das características dos automóveis elétricos. E justamente por causa delas governos de diferentes países, especialmente da Europa, estão implantando programas de incentivo para alavancar a tecnologia e, consequentemente, reduzir os preços graças à popularização.

A Alemanha, por exemplo, anunciou recentemente que irá subsidiar a compra de automóveis 100% movidos a eletricidade a partir de maio. O projeto será realizado em parceria com montadoras do país, sendo que as duas partes irão investir 600 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,4 bilhões) cada. O valor total será distribuído entre os compradores – eles poderão receber até 4 mil euros (cerca de R$ 16 mil) para ajudar no pagamento.

Alemanha pretende ter um milhão de veículos elétricos nas ruas até 2020 | Foto: Photo credit: effeciemme via Visualhunt.com / CC BY-NC-ND

Para acompanhar a popularização do segmento, o governo alemão também anunciou um aporte de 300 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) na ampliação do número de estações de recarga espalhadas pelo país. Além disso, os parques de automóveis públicos receberão mais exemplares elétricos graças a um outro investimento de 100 milhões de euros (R$ 400 milhões). A expectativa é de que a nação conte com um milhão de carros elétricos nas ruas até 2020.

Outro local que entrou na onda dos modelos sustentáveis é a China. Com o objetivo de diminuir a dependência do petróleo e a poluição ambiental, o governo, desde 2014, oferece incentivos de até 60 mil Yuan (aproximadamente R$ 32.634) na compra de elétricos fabricados no país.

E estes carros ainda têm a vantagem de poderem ser emplacados sem a necessidade de espera ou participação de leilões para adquirir placas. É porque o emplacamento mensal de automóveis no mercado chinês é limitado em algumas cidades. A meta do governo é ter cerca de cinco milhões de EVs (Electric Vehicles) até 2020.

Na França, a população também tem incentivo fiscal para investir nos modelos movidos a eletricidade, já que as autoridades garantem até 10 mil euros (aproximadamente R$ 39,4 mil) para ajudar no pagamento de quem está substituindo o carro tradicional (que se locomova em áreas urbanas e tenha mais de 13 anos) por um EV.

Noruega implantou planos de incentivo e se tornou o país com mais carros movidos a eletricidade do mundo | Foto: Photo credit: pntphoto via Visual hunt / CC BY-NC-SA

Reino Unido, Holanda, Estados Unidos e Portugal também oferecem ajuda para os que desejam ter um elétrico. No Brasil, a categoria ainda engatinha, mas até tem algumas vantagens. Por aqui, os proprietários pagam Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) reduzido em três estados (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro) e ficam isentos em sete (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe). Na capital paulista, automóveis elétricos, híbridos e a hidrogênio ainda ficam de fora das restrições do rodízio municipal.

Resultados na Noruega

Enquanto parte do mundo ainda está indo, a Noruega já está voltando. Atualmente, o país é considerado o com a maior frota de veículos elétricos do mundo. Desde 2008, o governo local oferece uma série de incentivos como isenção de pedágios, estacionamentos, imposto e possibilidade de circular em faixas exclusivas de ônibus.

A iniciativa deu tão certo que começou a exigir muito dinheiro dos cofres públicos. Com a tecnologia já popularizada, o país anunciou que, a partir de 2018, os EVs passarão a pagar 50% do imposto ao invés de serem isentos. E a previsão é de que em 2020 eles voltem a pagar o valor integral.

Escrito por

Maria Beatriz Vaccari

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