Opinião: mundo do automobilismo se curva ao hexacampeão Lewis Hamilton
No último domingo (3), o mundo do automobilismo conheceu o mais novo hexacampeão mundial da Fórmula 1. Aos 34 anos, Lewis Hamilton segue fazendo história ao garantir seu sexto título durante o GP dos Estados Unidos, em Austin. Após sair do quinto lugar, o britânico fez apenas uma parada e chegou até a liderar a corrida. Porém, foi superado por seu companheiro e pole position Valtteri Bottas, tendo que se contentar com o segundo lugar. Mesmo sem a vitória, o resultado foi mais do que suficiente para a conquista antecipada.
Lewis Hamilton: um dos maiores
A prova americana até foi movimentada, principalmente no pelotão intermediário. Entretanto, não é todo dia que alguém se torna hexa na categoria. De fato, apenas Michael Schumacher e Hamilton conseguiram ultrapassar a barreira dos cinco títulos. Isso mostra o tamanho do britânico. Sem dúvidas, ele está no seleto grupo dos maiores pilotos de todos os tempos. Daqui um tempo, quando as pessoas olharem para esse período da F1, certamente irão chamá-lo de era Hamilton.
Por mais que o inglês pilote para a Mercedes, força dominante dos últimos anos, os méritos de Lewis vão além de ter o melhor carro. Até porque não dá para ser campeão sem o melhor equipamento. Vide a Ferrari, que conta com uma das melhores duplas do grid, mas não chegou nem perto de disputar o campeonato deste ano. A Red Bull, que foi a grande equipe do começo dessa década, tem o talentoso Max Verstappen. Porém, ainda que belisque uma vitória aqui e outra acolá, não é o suficiente. Em corrida de carro só pode vencer quem tem o melhor equipamento e equipe, além de um piloto capaz de converter todo esse aporte em vitórias e pontos.
E é justamente isso que Hamilton faz. Aos 34 anos, ele está no auge. Não comete mais os mesmos erros dos primeiros anos de McLaren e sabe, como poucos, fazer uma boa leitura da corrida. De vez em quando, como no GP de Mônaco deste ano, Lewis usa o rádio para reclamar dos pneus. Porém, mesmo falando que não tem como guiar com as borrachas desgastadas, ele dá um jeito de andar rápido e administrar os compostos.
Pode até ser um pouco entediante ter um time que ganha tudo, como é o caso da Mercedes. Porém, os alemães percorreram um longo trajeto desde que voltaram para a categoria nos anos 1990, como fornecedores, e em 2010, como equipe própria. Todas essas conquistas foram planejadas por uma equipe que beira a perfeição e que elevou o sarrafo da F1. Superá-los exige um exaustivo trabalho, e nem a Ferrari, maior campeã da categoria, tem conseguido chegar perto. A esperança é que as mudanças para 2021 mexam com a ordem do grid, mas a última alteração profunda, em 2017, não fez com que o time prateado perdesse terreno. Pelo contrário, os germânicos ganharam todos os títulos desde então.
Sendo assim, resta aos fãs do automobilismo apreciarem a genialidade de Lewis Hamilton. É um privilégio ver alguém tão bom ao volante. E, mesmo com a dominância do inglês e da Mercedes, a F1 tem tido boas corridas. Não é o suficiente, mas já é algo positivo em meio a esta hegemonia dos carros tedescos.
Classificação GP dos EUA
A seguir, veja como a classificação final do GP dos EUA de 2019.
POS | DRIVER | TIME/RETIRED | PTS |
---|---|---|---|
1 | 1:33:55.653 | 25 | |
2 | +4.148s | 18 | |
3 | +5.002s | 15 | |
4 | +52.239s | 13 | |
5 | +78.038s | 10 | |
6 | +90.366s | 8 | |
7 | +90.764s | 6 | |
8 | +1 lap | 4 | |
9 | +1 lap | 2 | |
10 | +1 lap | 1 | |
11 | +1 lap | 0 | |
12 | +1 lap | 0 | |
13 | +1 lap | 0 | |
14 | +1 lap | 0 | |
15 | +1 lap | 0 | |
16 | DNF | 0 | |
17 | +2 laps | 0 | |
18 | DNF | 0 | |
NC | DNF | 0 | |
NC | DNF | 0 |
OBS: *Danill Kvyat foi punido em cinco segundos após a corrida, por conta de uma colisão com Sergio Perez.
**Charles Leclerc marcou a volta mais rápida da corrida e obteve o ponto extra.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.