Opinião: GP da Hungria coroa primeiro turno brilhante da Mercedes

Com uma estratégia diferente — e que chegou a ser questionada por Hamilton — a Mercedes conseguiu dar um nó tático na Red Bull e venceu o GP da Hungria.

Com uma estratégia diferente — e que chegou a ser questionada por Lewis Hamilton — a Mercedes conseguiu dar um nó tático na Red Bull e venceu o GP da Hungria na manhã de ontem (4). Hamilton, com pneus mais novos, superou Max Verstappen quando faltavam apenas três voltas para o fim da corrida, assumindo a liderança e ampliando sua vantagem no campeonato de pilotos. O holandês nada pôde fazer e precisou se contentar com a segunda colocação, enquanto Sebastian Vettel fechou o pódio com sua Ferrari.

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GP da Hungria e a temporada da Mercedes

A prova húngara marca, simbolicamente, a metade da temporada. Embora não seja matematicamente o meio da sessão — esta foi a 12ª etapa de 21 — ela foi a última corrida antes do recesso de três semanas da Fórmula 1. Sendo assim, cabe uma análise desse primeiro turno do campeonato. E não tem como não destacar o domínio da Mercedes, vencedora de 10 das 12 etapas realizadas até aqui, sendo oito com Hamilton e duas com Bottas. Exceto pelo desastroso GP da Alemanha, onde nada deu certo para os prateados, todas as outras corridas tiveram um desempenho impecável dos alemães.

Entretanto, embora haja um domínio da Mercedes, 2019 tem tido boas corridas. As quatro últimas (Áustria, Inglaterra, Alemanha e Hungria) foram movimentadas e repletas de boas ultrapassagens. Outro ponto positivo deste ano é que tem havido disputas pela liderança na pista. Foi assim na prova austríaca, quando Verstappen superou Leclerc na penúltima volta, e ontem, quando o holandês acabou sendo o ultrapassado no fim. Para o público, sempre é melhor uma disputa na pista do que uma vitória nos boxes.

Decepções

Por enquanto a maior decepção do campeonato tem sido a Ferrari, que não conseguiu vencer nenhuma prova. É bem verdade que chegou perto duas vezes — Barein e Áustria, com Leclerc — além de ter vencido, mas não levado, no Canadá, dessa vez com Vettel. Mesmo assim, tem sido uma temporada marcada por erros, falhas mecânicas e falta de desempenho. Na Hungria, por exemplo, Sebastian até foi ao pódio, mas terminou a corrida quase 1 min atrás de Hamilton.

Além da Ferrari, Pierre Gasly ainda não mostrou serviço pela Red Bull. Após fazer uma boa temporada pela Toro Rosso no último ano, havia uma certa expectativa pelo o que o francês faria na equipe principal dos energéticos. Entretanto, enquanto Verstappen soma duas vitórias e uma pole, Gasly sequer foi ao pódio neste ano. Para piorar, Daniil Kvyat, com uma Toro Rosso, foi quem conseguiu um troféu ao chegar em terceiro na Alemanha.

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Williams, com o pior carro de sua gloriosa história na categoria, Haas, que tem uma dupla explosiva de pilotos, e Renault, que contratou Daniel Ricciardo a peso de ouro, são outras decepções do campeonato de 2019. O time britânico só conseguiu pontuar na caótica corrida da Alemanha. Já a equipe de Gene Haas não consegue fazer o carro evoluir, tem um patrocinador para lá de polêmico e ainda vê seus pilotos se tocarem em quase todas as provas. A Renault, entretanto, tem uma boa dupla em seus carros, mas se não abandona com ambos, fica fora da zona de pontos.

Ascensão da McLaren

Com a Mercedes dominando o pelotão, a briga mais intensa tem sido na zona intermediária. E a McLaren tem sido a principal força da chamada F1 B. Quarta no mundial de pilotos, frequentemente está com seus dois carros na zona de pontuação. Carlos Sainz Jr. e Lando Norris deram liga no time laranja e deixaram o ambiente leve após anos de críticas do bicampeão Fernando Alonso. Resta a torcida para a equipe inglesa seguir em ascensão para retornar aos tempos de glória.

Hexa a caminho?

Restam nove etapas para o fim da temporada, mas Hamilton já encaminhou seu título. Somente um infortúnio de grandes proporções pode tirar o sexto título do inglês, que já pode ser considerado uns dos maiores da história da categoria. A vitória na Hungria foi a 81ª da carreira de Lewis, e agora só faltam 10 para ele igualar a marca de Schumacher.

Entre os pilotos, Hamilton encerrou a primeira parte da temporada com 250 pontos, contra 188 pontos de seu companheiro, Valterri Bottas, e 181 pontos de Max Verstappen. A Mercedes também lidera com folga entre os construtores, com 438 pontos somados, contra 288 pontos da Ferrari e 244 pontos da Red Bull.

Classificação GP da Hungria

Abaixo, confira como ficou a classificação do GP da Hungria de 2019.

POS NO DRIVER CAR LAPS TIME/RETIRED PTS
1 44 Lewis Hamilton MERCEDES 70 1:35:03.796 25
2 33 Max Verstappen RED BULL RACING HONDA 70 +17.796s 19*
3 5 Sebastian Vettel FERRARI 70 +61.433s 15
4 16 Charles Leclerc FERRARI 70 +65.250s 12
5 55 Carlos Sainz MCLAREN RENAULT 69 +1 lap 10
6 10 Pierre Gasly RED BULL RACING HONDA 69 +1 lap 8
7 7 Kimi Räikkönen ALFA ROMEO RACING FERRARI 69 +1 lap 6
8 77 Valtteri Bottas MERCEDES 69 +1 lap 4
9 4 Lando Norris MCLAREN RENAULT 69 +1 lap 2
10 23 Alexander Albon SCUDERIA TORO ROSSO HONDA 69 +1 lap 1
11 11 Sergio Perez RACING POINT BWT MERCEDES 69 +1 lap 0
12 27 Nico Hulkenberg RENAULT 69 +1 lap 0
13 20 Kevin Magnussen HAAS FERRARI 69 +1 lap 0
14 3 Daniel Ricciardo RENAULT 69 +1 lap 0
15 26 Daniil Kvyat SCUDERIA TORO ROSSO HONDA 68 +2 laps 0
16 63 George Russell WILLIAMS MERCEDES 68 +2 laps 0
17 18 Lance Stroll RACING POINT BWT MERCEDES 68 +2 laps 0
18 99 Antonio Giovinazzi ALFA ROMEO RACING FERRARI 68 +2 laps 0
19 88 Robert Kubica WILLIAMS MERCEDES 67 +3 laps 0
NC 8 Romain Grosjean HAAS FERRARI 49 DNF 0

OBS*: Verstappen marcou um ponto extra por ter feito a melhor volta da corrida

Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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