Opinião: GP Brasil 2019 comprova que Interlagos é um patrimônio mundial do automobilismo
O autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Interlagos, não foi feito para ter corridas monótonas. Neste domingo (17), o GP Brasil 2019 comprovou essa máxima. Max Verstappen confirmou o favoritismo da Red Bull e venceu a prova brasileira. Porém, do segundo lugar em diante, o que se viu foi um resultado completamente improvável. Pierre Gasly, da Toro Rosso, foi o segundo e Carlos Sainz, da McLaren, ficou em terceiro. Tudo isso sem cair uma gota de chuva nos 4.309 metros do asfalto paulistano.
GP Brasil 2019: corrida maluca
Mesmo sem chuva, os deuses do automobilismo capricharam no enrendo da corrida brasileira. Charles Leclerc, da Ferrari, um dos favoritos à pole, teve que largar em 14º. Carlos Sainz, da McLaren, saiu do último lugar por conta de problemas mecânicos. Apesar de largarem no fim do grid, eles foram alguns dos grandes nomes da prova.
A corrida seguia dentro da normalidade até a volta 51, quando o motor da Mercedes de Valtteri Bottas estourou. Para remover o bólido, a direção de prova acionou o safety car, que juntou outra vez o pelotão. Com todos mais próximos, algumas disputas se intensificaram. A principal foi entre os dois carros da Ferrari. Na volta 65, Vettel e Leclerc disputavam o quarto lugar. O monegasco ultrapassou o alemão no S do Senna e entraram na Reta Oposta lado a lado. A bela disputa se tornou uma tragédia para a Ferrari, já que ambos se tocaram e abandonaram a corrida.
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Os destroços dos bólidos forçaram uma nova intervenção do carro de segurança. Lewis Hamilton aproveitou o período sob safety car e colocou pneus macios, voltando em quarto. Logo que aconteceu a relargada, o inglês superou a Toro Rosso de Gasly, saltando para terceiro. Determinado a alcançar os ponteiros, Lewis forçou a ultrapassagem sobre a Red Bull de Alexander Albon na Bico de Pato. Sem espaço, Hamilton tocou no carro do tailandês, que rodou e perdeu um pódio garantido.
A confusão fez Gasly pular para o segundo lugar. Mesmo com o toque, Hamilton ficou em terceiro, mas com a asa danificada. Ele partiu para cima da Toro Rosso de Pierre, mas o francês segurou firme a vice-liderança. Após o pódio, Lewis foi punido em cinco segundos e ficou em sétimo lugar. Carlos Sainz herdou o terceiro lugar, quebrando um jejum de cinco anos sem carros da McLaren entre os três primeiros. O espanhol não pôde fazer parte da cerimônia oficial, mas invadiu o espaço do pódio com toda a sua equipe para celebrar o resultado histórico.
Patrimônio
É raro ter corrida chata em Interlagos. A desse final de semana certamente entrará para a história, principalmente pelas últimas cinco voltas. Com apenas mais um ano de contrato, fica a torcida pela renovação da pista paulista, já que se trata do único autódromo brasileiro capaz de receber a Fórmula 1. Por todos os serviços prestados ao automobilismo, o circuito José Carlos Pace é, de fato, um patrimônio do esporte.
A seguir, confira a classificação oficial do GP Brasil 2019.
POS | DRIVER | TIME/RETIRED | PTS |
---|---|---|---|
1 | 1:33:14.678 | 25 | |
2 | +6.077s | 18 | |
3 | +8.896s | 15 | |
4 | +9.452s | 12 | |
5 | +10.201s | 10 | |
6 | +10.541s | 8 | |
7 | +11.139s | 6 | |
8 | +11.204s | 4 | |
9 | +11.529s | 2 | |
10 | +11.931s | 1 | |
11 | +12.732s | 0 | |
12 | +13.599s | 0 | |
13 | +14.247s | 0 | |
14 | +14.927s | 0 | |
15 | +18.059s | 0 | |
16 | +1 lap | 0 | |
17 | DNF | 0 | |
18 | DNF | 0 | |
19 | DNF | 0 | |
NC | DNF | 0 |
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.