Opinião: estratégia da Mercedes permite um duelo de titãs no GP de Mônaco

Morto na última semana, Niki Lauda estaria orgulhoso do GP de Mônaco deste domingo. A corrida, vencida por Lewis Hamilton, teve emoção até a linha de chegada, com o inglês da Mercedes segurando os ataques da Red Bull de Max Verstappen, que terminou em segundo, mas não foi ao pódio por conta de uma punição. Sebastian Vettel e Valtteri Bottas completaram o pódio, enquanto o holandês precisou se contentar com um quarto lugar.

GP de Mônaco: a corrida

É importante ressaltar que a Ferrari foi fundamental para o resultado da corrida. No sábado, por conta de um erro de cálculo da equipe, Charles Leclerc foi eliminado na primeira fase da classificação e largou em 16º. Atrás e desesperado para conseguir algo melhor em sua cidade natal, o monegasco começou em um ritmo alucinante. Era o 13º na terceira volta e no sétimo giro fez uma bela ultrapassagem em cima da Haas de Romain Grosjean na apertada Rascasse.

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Porém, a sorte de Leclerc — e a história da corrida — mudariam na volta seguinte. Empolgado, ele partiu para cima da Renault de Nico Hulkenberg pelo 11º lugar. Charles mergulha novamente na Rascasse, mas deu com a roda no muro, perdeu algumas posições e teve seu pneu traseiro direito furado. Como precisou dar uma volta com a borracha se estraçalhando, a pista ficou cheia de detritos e o safety car foi acionado para limpar a bagunça na volta 11. Leclerc acabou abandonando a corrida na volta 16.

Estratégias diferentes

Com o carro de segurança na pista, a maioria dos pilotos pararam para fazer um pit stop. Todos os ponteiros foram para os boxes. Nessa altura, Hamilton liderava. Bottas era o segundo com Verstappen e Vettel logo atrás. A Mercedes optou por colocar pneus médios em seus dois carros, enquanto que Ferrari e Red Bull calçaram os bólidos com as borrachas duras.

Hamilton e Vettel utilizaram capacetes especiais em homenagem a Niki Lauda |Foto: Divulgação

Na saída do pit lane, a equipe das bebidas energéticas liberou Verstappen de maneira insegura, para tentar sair na frente de Bottas e Vettel. Com isso, o holandês se enroscou com a Mercedes do finlandês. Os dois carros não sofreram muitos danos, mas Max acabou punido com um acréscimo de cinco segundos em seu tempo final de prova. Já Bottas acabou voltando aos boxes na volta seguinte para colocar pneus duros, mudando sua estratégia.

Guerra fria

Essa confusão fez com que Verstappen fosse o vice-líder na pista. Entretanto, para se manter na posição, ele precisaria abrir mais de cinco segundos para Vettel, que era o terceiro. Com Hamilton mais lerdo na liderança, todos os ponteiros andavam perto, não permitindo que Max abrisse a vantagem necessária.

Sendo assim, restava ao jovem holandês tentar passar a Mercedes de Lewis, que reclamava com a equipe que estava com os pneus errados e que os prateados estavam loucos de o devolverem à pista com os compostos médios. Aproveitando o drama do britânico, Max acelerou e passamos a ter uma guerra fria entre dois grandes pilotos.

Os dois estavam colados nas últimas 10 voltas, mas Hamilton encarnou Senna e, tal qual o brasileiro em 1992, não deixava espaço para Verstappen — ou o Mansell moderno da história — tentar qualquer manobra. Pilotando no limite, o britânico se segurava na ponta até que Max tentou, no desespero, uma ultrapassagem na saída do túnel durante a penúltima volta. Sem espaço, os dois se tocaram, mas sem maiores consequências.

No fim ambos cruzaram a linha de chegada nessas posições, com Verstappen terminando em segundo, mas ficando em quarto por conta de sua punição.

Campeonato

Com a vitória, Hamilton disparou na liderança do campeonato e agora soma 137 pontos. Bottas segue em segundo, agora com 120 tentos. Vettel subiu para terceiro, com 82 pontos, enquanto que Verstappen é o quarto, com 78 pontos.

Abaixo, confira como ficou o resultado do GP de Mônaco.

 

 

Escrito por

Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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