Oficinas se especializam em customização de motocicletas

Para fazer qualquer alteração no veículo, no entanto, é preciso pedir autorização prévia ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran)

Não são apenas os proprietários dos veículos de quatro rodas que gostam de modificar visualmente seus possantes. Os motociclistas também adoram dar uma “cara nova” para seus modelos. E a procura por este tipo de serviço tem aumentado tanto no País que não param de surgir oficinas especializadas em personalização de motos.

Customização na Harley-Davidson Sportster custou R$ 107 mil na Hot Custom Cycles |Foto: Divulgação/Hot Custom Cycles

Uma delas é a Hot Custom Cycles, de São Paulo, criada em 1998 por Jimmy Bello, que antes de montar seu próprio negócio trabalhava em uma loja da Harley-Davidson. O profissional começou fazendo escapes simples apenas para amigos, mas, hoje em dia, desenvolve projetos especiais e também fabrica acessórios exclusivos (one-of-a-kind).

Ele conta que faz toda a modificação sempre de acordo com o gosto do cliente. “Geralmente, as motos recebem novos bancos e pintura e guidão diferente do original, e, na maioria das vezes, o dono opta por manter o chassi, para não encontrar dificuldades na hora da venda”, comenta.

Em sua oficina, as modificações custam entre R$ 40 mil e R$ 60 mil. Mas Bello já realizou um trabalho, em uma Harley-Davidson 1200 Sportster Custom ano 2014, que ficou em torno de R$ 107 mil. “Essa moto recebeu um chassi Pro Street e para-lamas de alumínio. Além disso, filtro, escapes, guidão, velocímetro, pintura e banco foram modificados”, lembra o customizador. Segundo ele, foram dedicadas oito horas por dia, durante 20 dias, para finalizar o projeto.

Outra empresa especializada no assunto é a Celio Dobrucki Motorcycles, de Curitiba, no Paraná. Seu proprietário, Celio Dobrucki, iniciou a carreira, nos anos 1990, pintando capacetes. Com o sucesso de suas criações, em 1996 a Harley-Davidson o convidou para realizar uma pintura exclusiva em uma de suas motos.

Harley-Davidson Heritage ano 1997 recebeu novos escapamento e guidão e rodas raiadas; modificação custou R$ 35 mil | Foto: Divulgação/Celio Motorcycles

Especializado nos modelos da tradicional marca norte-americana – e também nas Triumph Bonneville e Thruxton -, ele vende peças e acessórios originais e usados e ainda faz as customizações desejadas pelos clientes, com preços que variam entre R$ 5 mil e R$ 50 mil.

Em São Paulo, há ainda a Steel Dreams. Segundo Igor Assad, consultor técnico automotivo da agência, ela é focada em modificações mais leves. “Não fazemos nada muito agressivo e nem que comprometa a ciclística da motocicleta. Por mês, customizamos em torno de oito unidades, e a maioria dos clientes opta mesmo por uma pintura ou banco diferente e um novo guidão”, diz. Lá, os preços variam bastante. Por exemplo, ao optar por flames na pintura, o condutor terá de investir cerca de R$ 18 mil.

Legalize já

Steel Dreams, de São Paulo, é focada em modificações mais leves |Foto: Divulgação/Steel Dreams

Mas, antes de entregar o veículo para os profissionais, é importantíssimo que o motociclista siga algumas regras impostas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Entre outras determinações, o órgão proíbe a utilização de rodas ou pneus que ultrapassem os limites externos dos paralamas e a instalação de fonte luminosa de descarga de gás – exceto em motocicletas que possuam o dispositivo original de fábrica.

Já a troca de cor da motocicleta pode ser realizada sem problemas. Porém, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir o veículo com a cor ou as característica alteradas sem constar no documento é infração grave e pode gerar multa de R$ 127,69, cinco pontos na habilitação e retenção para regularização.

Customização da Harley-Davidson Street Glide custou R$ 32 mil | Foto: Divulgação/Steel Dreams

Quem deseja fazer qualquer modificação, em primeiro lugar deve solicitar uma autorização prévia ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) mais próximo de sua cidade e aguardar até que o órgão libere. Caso haja débitos pendentes, como multas ou atrasos de pagamento, a motocicleta será reprovada e o condutor só conseguirá obter a solicitação após regularizar o veículo.

O segundo passo é levar o veículo até a oficina para fazer as alterações e, em seguida, realizar a inspeção de segurança veicular no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) ou em uma entidade credenciada por ele.

Por fim, ele precisa retornar ao Detran com toda a documentação necessária. Vale salientar que o processo é pago e, caso o licenciamento do ano ainda não tenha sido realizado, o custo é de R$ 235,88 – taxa referente ao novo Certificado de Registro de Veículo (CRV). Para quem já quitou o licenciamento, o valor é de R$ 163,63 – também referente ao novo CRV.

 

Escrito por

Talita Morais

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