O que será que falta para que os carros elétricos se popularizem ainda mais no Brasil?

Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado um crescimento sensível na adoção de carros elétricos. Mas e no Brasil? 

Chery icar
Aumentar a frota de carros elétricos ainda é um desafio para o país. Foto: Freepik

Expansão da frota de carros elétricos ainda é um desafio para o Brasil

De acordo com a McKinsey, espera-se que os carros elétricos representem 100% das vendas na Europa, 90% na China, 71% nos Estados Unidos e 70% globalmente.

No entanto, o Brasil ainda está caminhando em um ritmo diferente quando se trata da popularização dos carros elétricos.

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Embora o país tenha evidenciado um aumento de 58% no número de emplacamentos de veículos leves no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda há desafios para serem superados.

Isso porque de janeiro de 2012 a junho de 2023, a frota de carros elétricos em circulação no Brasil soma apenas 158,6 mil unidades.

Infelizmente, ainda temos barreiras que contribuem para a baixa popularidade dos carros elétricos no Brasil. 

Um dos principais desafios é justamente a infraestrutura de recarga.

Apesar de haver um número significativo de pontos nos últimos anos, ainda há uma lacuna significativa em comparação a outros países. 

Essa falta de estações de recarga rápida e a demora na expansão da rede é o que mais dificulta a adoção em massa dos veículos eletrificados. 

Outro fator que dificulta a popularização é o preço. A princípio, você não compra um modelo 0 km por menos de R$ 120 mil

Embora os custos de produção estejam diminuindo, os elétricos vendidos aqui são importados. Dessa forma, a incidência de impostos de importação tornam os modelos ainda pouco acessíveis. 

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Chery icar é o carro elétrico mais barato do Brasil por R$ 120 mil. Foto: Divulgação

Saída é uma produção nacional?

Mais do que isso. De acordo com o artigo de Marcos Severine e Alexandre Zanotta, em países da União Europeia, Ásia e Estados Unidos, a eletrificação da frota é alimentada por subsídios e programas de incentivo nacionais. 

No Brasil, ainda há pouco incentivo. Entre eles o imposto de importação zero e a isenção de IPVA em alguns estados. Ainda é pouco, visto a necessidade de eletrificação. 

A saída, segundo os dois especialistas, é usar os fatores que o próprio país já tem: 

  • mercado consumidor imenso; 
  • setor automotivo com apetite para investir na produção de veículos elétricos; 
  • a indústria, 
  • o comércio e o setor de serviços enxergam a eletrificação como uma solução competitiva para descarbonizar sua cadeia produtiva; 
  • o cliente quer produtos mais sustentáveis; 
  • as instituições financeiras estão ávidas em ofertar crédito para viabilizar a expansão dessa frota.

Por fim, o governo federal, que emite sinais favoráveis a políticas que possam acelerar a transição energética. 

O garfo e a faca já estão nas mãos. Ainda falta é uma maior crença de que é possível aumentar a frota de carros elétricos. O que exige a conscientização e educação do público sobre os benefícios da eletrificação, bem como uma atuação mais favorável do governo.

Será que vem um novo carro elétrico por aí?

Robson QuirinoSou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
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