Número de mulheres que usam o carro como ferramenta de trabalho aumenta; veja dados
Levantamento do Detran-SP aponta que o número de motoristas mulheres que usam o carro como ferramenta de trabalho cresceu no último ano.
Levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) aponta que o número de motoristas mulheres que usam o carro como ferramenta de trabalho cresceu 50,3%, na comparação entre os meses de janeiro de 2019 e de 2023. O total de mulheres paulistas que incluíram a observação Exerce Atividade Remunerada (EAR) na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) passou de 931.608 para 1.400.513 no período.
Mulheres que usam o carro como ferramenta de trabalho são 1/4 do total
No período analisado, o crescimento do número de mulheres que usam o carro como ferramenta de trabalho foi o dobro, na comparação ao de homens na mesma situação – o crescimento foi de 25,6% no público masculino. Os dados também apontam que, em janeiro passado, o público feminino representava cerca de 1/4 do total de motoristas com observação EAR na CNH (24,7%). Em 2019, esse percentual era de 21,5%.
A inclusão da observação é necessária para condutores que produzem renda por meio de veículos, como motoristas de aplicativo de transporte, taxistas, motoristas profissionais, motorista de ônibus e caminhões, além de motofretistas e mototaxistas. As empresas que contratam esses profissionais exigem que eles tenham essa observação em suas habilitações.
O crescimento do exercício das atividades remuneradas com veículos pelas mulheres coincide com as crises sanitária e econômica em decorrência da pandemia de Covid-19, que consequentemente aumentaram a demanda dos serviços delivery de restaurantes, de entrega de produtos e de pessoas e de transporte por aplicativos. Muitas pessoas que perderam ou tiveram a renda reduzida viram o veículo como uma ferramenta para fonte de renda.
“Os dados mostram que as mulheres, assim como em outros seguimentos, estão cada vez mais ativas também no trânsito. Muitas, inclusive por conta da pandemia, migraram de outras profissões para as atividades remuneradas a partir do uso de veículos. E o trânsito paulista ganha com isso, já que, estatisticamente, as mulheres tendem a ser mais cuidadosas ao volante”, ressalta Eduardo Aggio, diretor-presidente do Detran-SP.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.