Novo radar pode prejudicar seu bolso e ser pedra no sapato dos apressadinhos
Novo radar pode aplicar multas pelo cálculo da velocidade média. Veja como funciona tecnologia e o debate sobre o tema.
Você é daqueles que acelera na via e quando vê um “pardal” reduz a velocidade? Essa atitude está com os dias contados se depender do novo radar que poderá ser implementado nas estradas brasileiras.
Novo radar já foi testado em São Paulo
Já usado em países da Europa, o novo radar verifica a média de velocidade do veículo. Ou seja, ele não registra a velocidade no momento em que o carro passa por ele, mas sim o tempo que levou entre um radar e outro. Depois ele cruza informações para detectar se o motorista acelerou além do permitido.
Os aparelhos utilizam uma tecnologia que usa como base o efeito Doppler. A ideia é monitorar um elemento de massa por até 50 metros antes e depois de sua passagem.
Além disso, eles também registram mudanças de faixas proibidas, paradas na faixa de pedestres e outras infrações passíveis de multas e aplicação de pontos na CNH do responsável.
Essa não é a primeira vez que novas tecnologias são testadas. Diferentes instrumentos de fiscalização que avaliam a média de velocidade são testados pelos menos desde 2012.
Em 2015, um teste em São Paulo, mostrou que a média de velocidade maior que a permitida na via chegou a ser sete vezes maior do que aqueles motoristas que passaram muito rápido no sensor.
Novo radar ainda em debate
Esse novo tipo de radar já foi testado na cidade de São Paulo no ano passado nas avenidas 23 de maio, dos Bandeirantes e na pista expressa da Marginal Tietê. Na ocasião, eles fizeram o registro do tempo que cada carro levou para cruzar cada radar.
Os testes fizeram parte de um laboratório da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), com autorização do antigo Denatran, atual Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Ocorre que a aplicação de multas por velocidade média ainda são debatidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). No entanto, se for constatada a possibilidade de emprego dos novos radares, as notificações deixarão de ser apenas educativas em breve.
A regulamentação atual ainda não prevê este tipo de critério para fiscalização. Atualmente, o que vale é a Resolução nº 798 do Contran, datada de 2 de setembro de 2020, que define os critérios e requisitos de fiscalização de velocidade de veículos automotores, carros elétricos, reboques e semirreboques.
Outro ponto é que os equipamentos precisam passar por homologação dos órgãos competentes, como o Inmetro. Só a partir daí poderão ser instalados nas ruas.
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.