Componentes que estouram na pista são reaproveitados e podem virar asfalto e piso de campo sintético
No ano passado, a concessionária CCR NovaDutra recolheu cerca de 250 toneladas de pneus na rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo. Os compostos, uma vez reciclados, são transformados em pisos, asfalto borracha, chip (substituto do carvão como combustível de cimenteiras) e grânulos de borracha (utilizado em produtos como gramados sintéticos para aumentar o amortecimento).
A maior parte do material recolhido vem de pneus de caminhões que estouraram ao longo dos pouco mais de 400 quilômetros da estrada. O material coletado é armazenado em pontos de coleta determinados e, a cada dois meses, acontece a recolha por uma usina de tratamento de pneus localizada em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Descubra em que os materias são transformados e para que servem:
Grânulos de borracha: pode ser utilizado em aplicações bastante diversificadas, tais como amortecedor de campos de futebol com grama sintética, pistas de atletismo, pisos de academia de ginástica, elemento de construção em parques e playgrounds, quebra-mar, obstáculos para trânsito e, até mesmo, recifes artificiais para a criação de peixes;
Chip: o poder calorífico de pedaços ou grânulos de pneu equivale ao do óleo combustível, ficando em torno de 40 Mej/kg. Para se ter uma ideia, o poder calorífico da madeira é por volta de 14 Mej/kg. Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para otimizar a queima, como em cimenteiras.
Asfalto borracha: a adição de pneus no pavimento pode até dobrar a vida útil da estrada, porque a borracha confere ao pavimento melhores propriedades de elasticidade diante das constantes mudanças de temperatura. O uso da borracha também reduz o ruído causado pelo contato dos veículos com a estrada.
Foto: Adenir Britto/Divulgação
