Na contramão dos automóveis, produção de motocicletas fecha trimestre em alta

No 1º trimestre, a produção de motocicletas no País seguiu em crescimento acelerado. Confira o ranking dos modelos mais fabricados.

Diferentemente do segmento de automóveis, que vem colhendo resultados decepcionantes neste início de ano, a indústria de motocicletas segue em ritmo de crescimento acelerado em 2023.

Saiba mais sobre a produção de motocicletas no 1º trimestre

Na contramão dos automóveis produção de motocicletas fecha o trimestre em alta

Produção de motos tem o melhor resultado desde 2014 (Foto: Divulgação/Honda)

No primeiro trimestre, a produção de motocicletas no País cresceu 21,4%, aproximando-se da marca de 400 mil unidades fabricadas.

Os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostram que foram fabricadas 397.070 motos no trimestre. Este foi o melhor resultado para os três primeiros meses do ano desde 2014, quando foram produzidas 412.173 unidades.

Segundo a avaliação do novo presidente da Abraciclo, Marcos Antonio Bento, a indústria deve seguir a tendência de alta nos próximos meses e, com isso, equilibrar a oferta e a demanda. 

“Depois de três anos as fabricantes estão conseguindo operar normalmente, sem interrupções nas linhas de produção. Estamos, gradativamente, reduzindo a fila de espera dos modelos de baixa cilindrada e das scooters”, destaca Bento.

A estimativa da Abraciclo é fechar o ano com 1,55 milhão de unidades produzidas, o que corresponde a um crescimento de 9,7% na comparação com o ano passado (1.413.222 motocicletas).

Entre as montadoras, o reinado da Honda continua absoluto. Três em cada quatro motos produzidas no País são da marca japonesa:

  1. Honda – 297.426 unidades produzidas (74,9% do mercado)
  2. Yamaha – 83.805 (21,1%)
  3. JTZ – 4.486 (1,1%)
  4. BMW – 3.505 (0,9%)
  5. Kawasaki – 2.943 (0,7%)

Os dados do segmento de motocicletas contrastam nitidamente com o cenário verificado na indústria de automóveis, que apresentou números aquém das expectativas no primeiro trimestre. Por trabalhar com bens cujo valores de venda são muito superiores do que o das motos, o mercado automotivo é muito dependente de crédito – atualmente restrito por conta das altas taxas de juros.

Vendas no varejo crescem 30%

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Modelos de uso urbano, como a Honda CG 160 Titan, são os mais procurados (Foto: Divulgação/Honda)

No primeiro trimestre, os emplacamentos totalizaram 357.209 unidades, aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado (274.673 motocicletas). De acordo com levantamento da Abraciclo, as vendas no varejo alcançaram o melhor resultado em onze anos – em 2012, foram licenciadas 442.512 unidades.

Em março, a categoria Street (motos de baixa e média cilindrada voltadas ao uso urbano) continua concentrando os emplacamentos, com 51,6% de participação de mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (motos de baixa e média cilindrada destinadas ao uso misto) com 18,7%, seguida pela Motoneta (motociclo urbano dotado de câmbio automático) com 14,0% do mercado.

O mercado de motocicletas continua, portanto, bastante aquecido, exigindo aumentos na produção.

“Depois de três anos, estamos operando normalmente, sem interrupções nas linhas de produção. Estamos, gradativamente, reduzindo a fila de espera dos modelos de baixa cilindrada e dos scooters – a fila de espera hoje está em torno de um mês de produção, isto é, cerca de 100 mil unidades”, informa Bento.

Exportações de motocicletas têm leve queda

As fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) embarcaram 10.276 motocicletas nos três primeiros meses deste ano. O volume é 2,9% menor ao registrado no mesmo período de 2022 (10.587 unidades).

De acordo com dados do Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os dois principais parceiros comerciais são sul-americanos – a Argentina, que recebeu 4.226 motocicletas (27,3% do volume total exportado) e a Colômbia, com 3.940 unidades e 25,2% das exportações. Os Estados Unidos ocuparam a terceira posição no ranking, com 2.237 motocicletas e 14,5% do total exportado.

Em março, foram exportadas 2.813 motocicletas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve redução de 28,7% (3.944 unidades) e de 12% em relação a fevereiro (3.198 motocicletas).

Ainda de acordo com levantamento do Comex Stat, analisados pela Abraciclo, as posições no ranking mensal foram mantidas: Argentina (1.486 unidades e 33,1% das exportações), Colômbia (1.130 motocicletas e 25,5%) e Estados Unidos (922 unidades e 20,5%).

A estimativa da Abraciclo é de que as exportações deverão alcançar, até o final deste ano, 59 mil unidades – o que, se concretizado, corresponderá a um crescimento de 6,6% sobre as 55.338 motocicletas embarcadas para o exterior em 2022.

Modelos japoneses dominam o ranking da produção

Na contramão dos automóveis produção de motocicletas fecha o trimestre em alta

Modelos da Yamaha, como a XTZ 250 Lander, não são páreo para a Honda (Foto: Divulgação/Yamaha)

Concentrando 3/4 do mercado brasileiro, a Honda garantiu as sete primeiras posições no ranking das 10 principais motos produzidas no País. A também japonesa Yamaha fecha a lista com três modelos.

Ranking do 1º trimestre de 2023 – unidades produzidas (% de crescimento no trimestre):

  1. Honda CG 160 Fan – 51.700 (13,02%)
  2. Honda NXR 160 Bros – 38.100 (9,60%)
  3. Honda Biz 125 – 35.000 (8,81%)
  4. Honda Pop 110 – 33.690 (8,48%)
  5. Honda CG 160 Titan – 29.800 (7,50%)
  6. Honda CG 160 Start – 26.910 (6,78%)
  7. Honda Biz 110 – 18.200 (4,58%)
  8. Yamaha XTZ 250 Lander – 12.498 (3,15%)
  9. Yamaha YS 250 Blueflex – 12.298 (3,10%)
  10. Yamaha Factor YBR 150 – 12.099 (3,05%)

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Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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