Mudanças com o envelhecimento exigem maior atenção ao dirigir

Um idoso no trânsito dirigindo mais devagar ou cometendo alguma infração pode causar, em muitos, uma certa irritação. Porém, muitas vezes o comportamento ao volante é resultado do envelhecimento. Conforme o passar dos anos, temos redução da força muscular, dos reflexos, da audição e da visão. Tudo isso interfere na forma como dirigimos e pode fazer com que o ato se torne mais arriscado. 

Mudanças com o envelhecimento exigem maior atenção ao dirigir
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Mudanças com o envelhecimento exigem maior atenção ao dirigir

Por isso, é importante consultar um médico, que poderá orientar sobre o momento de fazer algumas restrições ou até de parar totalmente de dirigir. O alerta é da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC).

De acordo com o geriatra Carlos Augusto Reis Oliveira, membro do Departamento Científico de Geriatria da SMCC, o idoso não costuma perceber essas mudanças. Então, é importante que um familiar ande com ele, dentro do veículo, e observe os erros cometidos ao volante para relatar ao médico. A partir daí exames serão realizados para verificar se existe algum fator físico que exija restrição – como não dirigir à noite, não dirigir em rodovias, não realizar percursos diferentes dos que o idoso está acostumado.

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Com a redução da visão noturna, o idoso tem dificuldade para ver as pessoas atravessando as ruas e avenidas, levando a um risco maior de acidente. “Os riscos de acidentes mais frequentes são atravessar o sinal vermelho, devido à dificuldade de percepção e mesmo de parar”, afirma Oliveira

“As conversões à esquerda são piores que as conversões à direita, por isso é melhor que o idoso faça duas conversões à direita do que uma à esquerda”, recomenda. O fato de as conversões serem à esquerda, normalmente em faixas duplas, exigem mais atenção em relação a outros veículos.

(Foto: FreePik)

Algumas doenças também podem intensificar as dificuldades ao volante e causar mais riscos. “Nós temos aí o acidente vascular cerebral (AVC), que leva a alterações de movimento, a doença de Parkinson, as demências, que levam a distúrbios de comportamento, a dificuldades de reação, velocidade, distância, tomada de decisão”, enumera. “Tudo isso influencia e leva o indivíduo a ter uma dificuldade maior em dirigir”, alerta o médico.

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Como pedestre, o idoso também deve tomar vários cuidados. “Ele não deve atravessar o semáforo quando está piscando no vermelho, mesmo que seja na faixa de segurança, porque pode tropeçar e levar uma queda, causando fraturas, acidentes graves, traumas de crânio, tudo isso”, sugere Oliveira.

Quando o sinal está vermelho, o idoso deve esperar em cima da calçada, e não em cima da guia (ou meio-fio). Jamais deve atravessar ruas e avenidas correndo, para evitar o risco de cair.

“Não apenas os idosos, todos nós utilizamos o trânsito e precisamos ter a consciência de que temos de tomar cuidado uns com os outros”, afirma. “Podemos estar prejudicando uma pessoa que está no caminho certo, como também sofrer uma ação de um erro de uma outra pessoa. Com a melhora do trânsito, a gente consegue ter um menor número de acidentes”, diz o geriatra.

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(Foto: Pixabay)

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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