Montadoras vão parar? Por que “crise dos chips” afeta umas montadoras, mas as chinesas não?

Montadoras de carros do Brasil vão parar? Anfavea alerta sobre nova crise de chips, mas BYD e GWM dizem estar seguras. Entenda o caso

Será que as montadoras de carros do Brasil vão parar a produção novamente? Esse fantasma voltou a assombrar a indústria nacional nas últimas semanas. A culpa é de uma nova “crise dos chips”, mas parece que ela não afeta todo mundo da mesma forma. Acompanhe o Garagem360 e entenda!

Por que as montadoras de carros do Brasil vão parar de novo?

O alerta veio direto da Anfavea, a associação que representa as fábricas tradicionais no país. Ela avisou ao governo que há um risco real de paralisação das linhas de montagem. As fábricas podem parar nas próximas duas a três semanas. O motivo é a falta de semicondutores. 

Montadoras de carros vão parar no Brasil
Fábrica da BYD em Camaçari (BA). Foto: Divulgação

 

A princípio, esses chips são os “cérebros” dos carros modernos. Sem eles, não dá para fazer quase nada no veículo.

Por que BYD e GWM não serão afetadas?

Mas enquanto as marcas tradicionais se preocupam, as novas gigantes chinesas estão tranquilas. BYD e GWM, que agora produzem no Brasil, garantem que não vão parar. A BYD está em Camaçari (BA) e a GWM em Iracemápolis (SP).

Mas qual é o segredo delas para escapar da crise dos chips? A resposta está na estratégia de produção de cada uma.

A estratégia da BYD: “Eu mesmo faço”

A BYD tem uma vantagem que poucas no mundo têm. Ela fabrica seus próprios componentes essenciais. A empresa possui um braço chamado BYD Semicondutores. Isso se chama “integração vertical”. Ou seja, ela não depende tanto de fornecedores externos para os chips.

Na pandemia, por exemplo, a chinesa também não sofreu com a falta de peças. Por isso, a produção do Dolphin Mini e do Song Plus segue normal.

A estratégia da GWM: garantia da matriz

A GWM, que faz o Haval H6 no Brasil, também está segura. A empresa informou que seu fornecimento vem direto da matriz, na China. A marca investiu pesado para não ficar na mão. Ela comprou empresas de chips e fez parcerias estratégicas. Isso garante o fluxo de peças para sua fábrica.

O que causou esta nova crise dos chips?

O problema da vez é diferente da pandemia. Segundo a Anfavea, a crise atual é geopolítica. O foco está na empresa Nexperia. Ela fornece cerca de 60% dos chips para a indústria automotiva global. Uma disputa entre a Holanda (sede da empresa) e acionistas chineses ameaça travar as exportações desses componentes.

  • <!–>Abinee–> (indústria elétrica e eletrônica) informou que seus associados ainda não relataram falta de chips.
  • A Eletros (fabricantes de eletrônicos) também disse que, por enquanto, a situação está normal para o setor.
  • O problema parece focado, neste momento, apenas no setor automotivo tradicional.

A situação mostra uma divisão clara no mercado. Enquanto as montadoras tradicionais sofrem com a instabilidade global, as chinesas avançam no Brasil. Elas parecem ter aprendido a lição das crises passadas e se protegeram.

Comente aqui: você acha que essa estratégia das chinesas vai fazer elas dominarem o mercado? A falta de chips nas tradicionais vai aumentar o preço dos carros?

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Kawane Licheski
Escrito por

Kawane Licheski

Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fiz da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.