Montadoras brasileiras tentam driblar a crise dos chips; saiba como
Uma parte das montadoras buscam driblar a crise dos chips e continuar oferecendo equipamentos tecnológicos. A solução? Mudar o fornecedor.
A crise dos semicondutores já está na história da indústria automobilística brasileira. Diversas marcas foram afetadas e tiveram que paralisar suas produções. No entanto, uma outra parte delas buscam driblar esta crise dos chips e continuar oferecendo equipamentos tecnológicos. A solução? Mudar o fornecedor.
Os chips instalados nos carros são bastante importantes. Isso porque são eles os responsáveis pelo funcionamento de alguns itens, como a central multimídia. A falta deles no mercado atrapalhou a vida de muitas marcas.
Sem falar da vendas de carros 0km. Mas algumas delas estão buscando alternativas para retomar sua vida normal e para continuar oferecendo carros completos.
Montadoras brasileiras tentam driblar a crise dos chips
E uma empresa está se saindo bem com isso. Trata-se da pernambucana Wings. Ela oferece uma série de acessórios para os veículos. E a mesma ganhando destaque nos últimos meses por conta de suas parcerias com várias marcas. Recentemente, a companhia começou a fornecer suas centrais multimídias para a Toyota.
O sistema estará presente no Toyota Corolla, um dos carros mais vendidos da marca. Desde o começo do mês, as unidades deste carro estão saindo de série com uma central multimídia de 10 polegadas. Não com a original de oito. Um ponto negativo é que ela não possui conexão por meio do Apple CarPlay e do Android Auto.
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De acordo com o site Automotive Business, a empresa começou a se destacar entre concessionários e associações de distribuidores de veículos. Isso pelo fato deles terem um bom estoque de chips durante o ano.
“Como estava faltando tela, resolvemos criar uma central multimídia que pudesse ter em seu hardware a tela que estivesse disponível. Com essa simplificação também tornamos o produto flexível a ponto de ele também ser compatível com qualquer tipo de semicondutor. A crise hoje ocorre porque os componentes dos veículos dependem de modelos específicos de chips para serem produzidos”, contou João Marcelo Barros, fundador da Wings, em entrevista ao Automotive Business.
Futuro
E os próximos passos da empresa estão bem dados. As centrais multimídias feitas pela Wings estarão sendo vendidas para donos de VW T-Cross PCD. Agora, de acordo com Barros, a empresa pode fechar mais duas parcerias (uma até o final do ano).
E estas terão os mesmos termos concordados com a Toyota. Todo o processo de fabricação começa com a compra dos kits de eletrônicos. Depois passa pelo compartilhamento de informações de entrega de veículos. E vai até a fabricação das centrais.
Stellantis se mantém firme
Hoje, um principais personagens da indústria automotiva brasileira é o Grupo Stellantis. Isso porque os carros de suas marcas estão posicionados nas posições mais altas do ranking de emplacamentos. Sem falar que a Fiat é a marca mais vendida. E parece que vem conseguindo driblar a crise dos chips no mercados.
Antonio Filosa, CEO da Stellantis, citou, em entrevista recente ao Automotive Business, dois motivos para que o grupo tenha bons resultados. Trata-se o bom desempenho nas vendas e o grau de nacionalização dos carros.
“Neste momento poderíamos desviar componentes e vendas para nichos de maior lucratividade, mas não estamos fazendo isso, estamos tratando todos com a lógica da equidade e sendo transparentes [quanto aos tempos de espera]. Quando não temos um carro, podemos oferecer outro modelo mais próximo que temos para entregar, mas respeitamos o desejo do cliente”, disse o dirigente.
Com informações de Automotive Business
Jornalista graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2017. Redator do Garagem360 desde 2021, onde acumula desde então experiência e pesquisas sobre o setor automotivo. Anteriormente, trabalhou em redação jornalística, assessoria de imprensa, blog sobre futebol e site especializado em esportes.