A Neta Auto, montadora chinesa que prometeu revolucionar o mercado de carros elétricos no Brasil em 2024, parece estar no fim de sua jornada no país. Com o site e as redes sociais fora do ar por mais de um mês e a matriz na China declarando falência, o futuro da marca por aqui é incerto, deixando os poucos clientes da marca sem saber como ficará a situação dos seus veículos.
Montadora chinesa Neta faliu
Apesar de a Neta ter comunicado que seu site e conta no Instagram voltaram ao ar e que não tem planos para encerrar suas operações no Brasil, a situação financeira na China é crítica. A Hozon New Energy Automobile, controladora da Neta, entrou oficialmente em processo de falência, com um pedido feito por um credor em maio, e lojas em Xangai foram fechadas por determinação do governo.
A crise da matriz afeta diretamente a filial brasileira. Cerca de 400 veículos da Neta foram retirados do país nos últimos meses, e dos quase 700 carros iniciais, restam apenas 300. A empresa alega estar em um processo de reorganização com apoio do governo chinês e promete retomar a produção de alguns modelos em 2025. No entanto, as fábricas na China estão paralisadas desde o início do ano.
Mesmo com a promessa de reestruturação, os números de vendas no Brasil são baixos. De acordo com a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE), a Neta vendeu apenas 59 carros este ano. O modelo GT, que era o carro-chefe para o lançamento no Brasil, teve sua venda suspensa.
Futuro da Neta
A falência da matriz na China se deve a dívidas com fornecedores e protestos de concessionários. A fábrica da Neta em Tongxiang está parada, e a empresa não pagou bônus a funcionários, além de ter realizado cortes salariais de 75%. O número de carros vendidos pela marca na China também despencou nos últimos anos.
Para tentar se salvar, a Neta vem tratando o mercado da Tailândia como sua tábua de salvação, com uma linha de montagem em Bangkok. No entanto, o importador de Singapura desistiu da parceria depois de não receber os carros encomendados.
Apesar da Neta seguir com operações e transações ativas em cinco pontos de venda no Brasil, a crise financeira na China e a incerteza quanto à retomada da produção levantam sérias dúvidas sobre a continuidade da marca no país.
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.