Ministro do STF decide que ICMS de combustíveis deve ser unificado; entenda
O ministro do STF, André Mendonça, decidiu, nesta sexta (17) que o ICMS sobre combustíveis deve ser cobrado de forma uniforme. Entenda
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça decidiu nesta sexta-feira (17) que as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devem ser cobradas de forma uniforme pelos Estados. A decisão começa a valer a partir de 1º de julho, incluindo os combustíveis.
Mendonça também determinou que a Petrobras envie ao Supremo documentos internos que justifiquem a formação de preços dos combustíveis.
Nesta sexta pela manhã, a empresa anunciou novo reajuste para a gasolina e o diesel, que chegarão às distribuidoras 5,18% e 14,26% mais caros, respectivamente. Com o aumento, a gasolina que estava sendo vendida para as distribuidoras por um preço de R$ 3,86, agora será comercializada por R$ 4,06. Já o diesel passa de R$ 4,91 para R$ 5,61.
A liminar foi motivada por uma ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender uma resolução do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que trata da cobrança do ICMS.
Nos últimos meses, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem travado batalhas contra a estatal brasileira do petróleo por causa dos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, o que alimenta a inflação e desidrata a sua popularidade. O movimento que resultou na liminar faz parte do contexto eleitoral.
Base de cálculo vinculada à média de preços
De acordo com a decisão de Mendonça, a base de cálculo do imposto deverá ser fixada conforme a média de preços praticados nos últimos 60 dias. Além disso, os Estados deverão observar um intervalo mínimo de 12 meses entre a primeira fixação e o primeiro reajuste das alíquotas e de seis meses para os reajustes subsequentes.
As regras estabelecidas deverão ter vigência até que o Confaz edite novas regras conforme as balizas definidas pelo ministro.
Limite de ICMS sobre combustíveis a um passo de se tornar lei
Na noite de quarta-feira (15), a Câmara dos Deputados aprovou as emendas do Senado ao projeto de lei complementar que fixa teto de 17% do Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) dos combustíveis – além de energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público.
Com isso, o limite de 17% vira lei após seguir para sanção presidencial – neste caso específico, uma mera formalidade, visto que a matéria foi proposta pelo próprio governo, como tentativa de frear a escalada dos preços dos combustíveis – e a publicação no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer na próxima semana.
O novo aumento anunciado pela Petrobras dá razão às manifestações de parlamentares de oposição, feitas durante a tramitação do projeto na Câmara e no Senado, críticas à proposta de limitação do ICMS. Deputados e senadores argumentaram que a redução de ICMS colocaria as finanças dos Estados em apuros e seria inócua na função de deter os preços dos combustíveis.
Com informações da Agência Brasil
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.