Mercedes-Benz Sprinter: as impressões após uma tarde ao volante
Mercedes-Benz Sprinter: um nome tradicional no segmento de comerciais leves e que se tornou o primeiro furgão testado pelo Garagem360.
O Mercedes-Benz Sprinter entrou para a história do Garagem360 nesta segunda-feira (5). Ao longo de seis anos de trajetória, nunca um furgão havia sido testado oficialmente pelo site. Eis que o dia chegou e coube a este repórter andar durante algumas horas com a versão 314 Street Longo. E já deixo um spoiler: a experiência foi melhor do que o imaginado.
Antes de me aprofundar no Sprinter, é importante ressaltar que este não será um teste tradicional. Até porque seria necessário lotar o compartimento de carga do furgão para uma analise melhor. Em vez, vou focar no que senti ao volante, já que foi minha primeira vez em um veículo tão grande. Por isso não teremos o tradicional box com as estrelas ao fim deste texto.
Mercedes-Benz Sprinter: impressões iniciais
Quando a Mercedes-Benz me ofereceu o furgão, minha primeira reação foi negativa. Afinal, não tenho carteira da categoria C ou D – muito menos E. Para minha surpresa, foi me informado que a versão 314 Street pode ser guiada por quem tem CNH categoria B. Dessa forma, não tive como dizer não, já que seria um teste completamente fora do comum.
O problema é que não encontrei nenhum local para deixar o veículo ao longo dessa semana, já que esse monstrengo de quase 3 metros de altura e 6 de comprimento é incompatível com minha garagem. A solução foi andar com ele durante alguns bons quilômetros entre São Paulo e São Bernardo do Campo antes de devolvê-lo.
E, bem, ao chegar no Mercedes-Benz Sprinter a minha sensação foi de estranheza. Nem mesmo quando fui buscar o Mercedes-AMG C 63 S fiquei tão assustado. No entanto, ao entrar no furgão, me senti relativamente à vontade. Afinal, não foi difícil achar uma posição confortável para dirigir, já que o banco é corrediço e a coluna de direção tem regulagem de altura e profundidade.
A partida é por botão e o Sprinter conta com chave presencial nesta versão. Um luxo para um modelo comercial, afinal. E o botão de partida, a chave, as saídas de ar, o volante, os comandos de seta e do farol, além dos reguladores dos vidros e retrovisores, são todos semelhantes ao do Classe A.
Após ligar o carro e testar os pedais, além de achar o ponto ideal da embreagem (já que se trata de um modelo manual), chegou a hora de andar com o Sprinter.
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Ao volante com o Mercedes-Benz Sprinter
Fiquei cerca de quatro horas rodando sem parar com o Sprinter. Por isso, mesmo descarregado, foi possível ter uma ideia de como é a vida de quem passa o dia todo a bordo do furgão. O banco do motorista é confortável, mas como não é possível regular o encosto, achei ele um tanto quanto reto. No fim do passeio, minha coluna reclamou um pouco de ter ficado tanto tempo nessa posição.
No entanto, não tenho o que reclamar da direção, que é surpreendentemente leve e precisa, nem dos pedais, que são macios e não cansam. O câmbio de seis marchas também merece elogios, com seus engates macios e curtos. A alavanca fica no painel do carro, bem ao alcance do condutor, e ajuda a liberar espaço para o terceiro passageiro da cabine.
Quando peguei um pequeno trecho de rodovia com o furgão, me senti em um carro de passeio. Exceto quando notava o quão mais alto eu estava dos outros carros. Nessas horas caia a ficha de que estava a bordo de um veículo enorme. Já na cidade, especialmente em trechos mais movimentados de São Paulo, você se lembra a todo instante que está em um carro de dimensões avantajadas. A sensação no trânsito pesado é a de ser um elefante em uma loja de cristais.
Espaço para dar e vender
Sobre o espaço do furgão, é preciso separar em duas partes. Na cabine, acredito que três adultos conseguem conviver com relativo espaço. Já no baú, seria plenamente possível montar um motor-home na traseira.
Afinal, são 5,1 m² de área. A zona de carga sozinha tem 2,09 m de altura, 1,78 m de largura (e 1,37 m na região das caixas de roda) e 3,37 m de comprimento.
Se não fosse essa redução na região da caixa de roda, seria plenamente possível colocar um Mini original (o do Mr. Bean) com folga no compartimento de carga. Afinal, o clássico inglês tem 3,05 m de comprimento, 1,40 m de largura e 1,35 m de altura.
De qualquer forma, trata-se de um compartimento imenso e excelente para quem trabalha com transporte de cargas.
Valeu a experiência?
Valeu muito. Dirigir um Sprinter foi assustador e empolgante ao mesmo tempo. Assustador por conta do tamanho, mas é um veículo tão simples de conduzir e tão confortável que o motorista logo se acostuma. Até mesmo a carroceria se comporta bem, sem pular muito e sem dar a impressão que irá tombar na primeira curva.
Por isso, mesmo sem ser especialista no mundo dos furgões, digo sem medo que o Sprinter é um dos melhores modelos. Tanto que está no Brasil há mais de 20 anos.
Ficha técnica - Mercedes-Benz Sprinter 314 Street Longo | |
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Motor | OM 651 CDI 2,2 litros biturbo diesel |
Potência/Torque | 143 cv a 3.800 rpm / 33,7 kgfm entre 1.200 e 2.400 rpm |
Transmissão | Manual de seis marchas |
Suspensão | Independente na dianteira e eixo rígido na traseira |
Consumo | - |
Roda e Pneus | 225/75 R 16C |
Freios | Hidráulicos a disco em todas as rodas |
Peso | 2.260 kg |
Dimensão | 5,93 m (c) x 2,02 m (l) x 2,62 m (a); entre-eixos de 3,66 m |
Capacidade | 1.240 kg de carga |
Preço | R$ 225.700 (em 05/07/2021) |
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.