Por um ar mais limpo

Respeitar os períodos de revisão e usar combustível de qualidade são alguns dos cuidados para diminuir os danos causados pelos carros ao meio ambiente

Os veículos automotores são os principais causadores da poluição do ar, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Apesar de a maioria deles ser projetada para poluir o mínimo possível, se não passarem por manutenções e avaliações periódicas, o nível de gases emitidos pode aumentar, e muito. Para evitar que isso aconteça, e que o automóvel prejudique o meio ambiente, é necessário seguir algumas recomendações, que elencamos abaixo.

Checagem do veículo

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Para que o carro polua o menos possível, deve-se preservar suas especificações originais  | Foto: Pixabay

Para manter o carro o mais ecológico possível, recomenda-se que o motorista preserve as especificações originais e siga as indicações de manutenções básicas do fabricante. “É preciso se preocupar com o tipo de combustível ideal para o veículo, o tipo de óleo lubrificante e seu período de troca, a manutenção dos filtros de combustível e até o peso máximo a ser transportado”, afirma Celso Argachoy, professor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia.

Quando falamos sobre esse assunto, o catalisador é um dos componentes mais importantes, por isso, deve ser checado periodicamente. Ele atua na parte do escapamento, e funciona como um sistema de tratamento dos gases que são gerados na combustão. Argachoy explica que, neste componente, os gases nocivos (como o monóxido de carbono, os hidrocarbonetos não queimados e os óxidos de nitrogênio) são transformados em elementos comuns da atmosfera, como água, nitrogênio e gás carbônico.

Também é preciso ficar de olho no tempo indicado para a troca do filtro de ar. “Ele é importante porque a principal grandeza que determina uma combustão adequada no motor é a relação entre a quantidade de ar e de combustível. Se o filtro de ar estiver saturado com sujeira, o motor admitirá menos ar do que o necessário para que a combustão aconteça de forma adequada e, desta forma, uma parcela do combustível será lançada na atmosfera na forma de hidrocarbonetos não queimados, que são poluentes altamente nocivos à saúde”, conta o professor.

E é necessário ter em mente que reduzir o consumo de gasolina ajuda a diminuir a quantidade de gases liberados na atmosfera. Portanto, respeitar o tempo de troca das marchas e calibrar os pneus semanalmente são outras atitudes que certamente irão ajudar.

Cuidado com o combustível

Vale lembrar que, atualmente, o tipo mais ecológico de veículo é o elétrico. Apesar disso, os automóveis tradicionais já evoluíram bastante. A substituição do carburador pela injeção eletrônica, por exemplo, foi um grande avanço ecológico. Ela funciona como um  sistema fechado de alimentação de combustível, que minimiza as emissões de vapores de combustível pelo veículo.

“A injeção eletrônica permite um controle muito mais preciso da quantidade de combustível e do instante do funcionamento do motor no qual ele é admitido. Assim, os engenheiros conseguem estabelecer estratégias muito mais elaboradas de controle de emissões na câmara de combustão do motor”, garante Argachoy

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Etanol é o combustível  menos poluente | Foto: ** RCB ** via VisualHunt.com / CC BY

Segundo ele, entre gasolina, etanol e diesel, o que menos polui é o etanol.A gasolina é um combustível composto por vários hidrocarbonetos que possuem diferentes temperaturas de vaporização e que, se não completamente queimados, são muito poluentes. O etanol é um hidrocarboneto único, com apenas um valor de temperatura de vaporização. Ele ainda tem oxigênio na sua formulação, e sua presença, bem como outras propriedades físico-químicas, fazem dele um combustível com uma combustão mais limpa”, ensina.

O motorista também deve ficar atento à qualidade do produto usado para abastecer o carro. O que acontece é que o combustível adulterado polui mais, principalmente quando se considera a gasolina, porque os solventes usados na adulteração são hidrocarbonetos que não são completamente queimados pelo motor e acabam chegando à atmosfera.

O professor do Instituto Mauá de Tecnologia ainda destaca que os poluentes liberados pelos combustíveis adulterados podem ser cancerígenos. Além disso, eles reagem com os óxidos de nitrogênio, que também são emitidos por motores de combustão interna, gerando o ozônio, que provoca irritação dos olhos e das vias respiratórias.

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